O antigo posto da GNR em Avis, Portalegre, está a ser transformado numa livraria solidária, para dar “nova vida” a livros “abandonados ou deitados fora”. As receitas vão reverter para projectos culturais.
O projecto, que conta com um investimento na ordem dos 150 mil euros, está a ser desenvolvido pela associação Boutique da Cultura, que prevê inaugurar o espaço a 2 de Abril, Dia Internacional do Livro Infantil.
O presidente da Boutique da Cultura, Paulo Quaresma, explicou que este projecto em Avis surge no seguimento da livraria solidária que a associação já possui em Carnide, Lisboa. “No dia 22 de Fevereiro, faz quatro anos que esta associação tem o projecto da livraria solidária de Carnide” e é com verbas provenientes da actividade aí desenvolvida que vai, agora, “fazer a abertura deste espaço em Avis”, disse.
Além de livraria solidária, o antigo posto da GNR vai ficar dotado para acolher residências artísticas e uma componente de alojamento local, revelou Paulo Quaresma.
O projecto pretende “colocar a cultura ao serviço das pessoas e dos territórios”, promovendo uma “cidadania activa”, e criar “dinamismo” nas regiões.
“A livraria de Carnide começou por ser uma livraria de bairro e, de repente, ganhou uma dimensão grande”, sendo hoje “quase uma livraria nacional”. “Vende livros online para toda a parte do país e achámos que seria interessante abrir um equipamento destes também no Alentejo”, explicou.
A abertura do espaço em Avis, para a Boutique da Cultura, “é um desafio muito grande”, mas Paulo Quaresma disse acreditar que a cultura “também pode proporcionar o desenvolvimento local”. A “filosofia” da livraria solidária vai passar, por exemplo, por receber livros que foram “abandonados ou deitados fora” e que são, depois, tratados e colocados à venda a “um preço muito simbólico, de um a cinco euros”.
Apesar do preço ser reduzido, a Boutique da Cultura consegue gerar receita, que vai ser, a seguir, aplicada em projectos de natureza cultural.
Em relação à componente de alojamento local que está a ser criada no antigo posto da GNR, Paulo Quaresma referiu que a livraria vai estar sempre presente. “As pessoas vão ficar alojadas na livraria e os quartos e toda a casa está preparada como sendo uma livraria”, disse.