Em Janeiro deste ano morreram em média menos 260 pessoas por dia do que no mesmo mês do ano passado, com um total de 11.603 óbitos. O total do último mês representa pouco mais de metade dos números de Janeiro de 2021, o pior dos últimos 13 anos.

Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (Sico), o total de mortes registadas em Janeiro deste ano corresponde a pouco mais de metade (59%) do período homólogo do ano passado, em que por várias vezes se bateram recordes diários de óbitos.

Os dados mostram que em Janeiro deste ano morreram menos 8048 pessoas do que no mesmo mês de 2021, sendo que este ano apenas se verificou excesso de mortalidade em cerca de metade dos dias do mês.

Segundo a informação disponível no site do Sico, as 748 mortes registadas no dia 20 de Janeiro de 2021 foram um total máximo diário dos últimos 13 anos, para o qual contribuiu o pico da pandemia de covid-19. Este ano, o dia 20 foi igualmente aquele em que se registaram mais mortes este ano, mas com um valor bem inferior: 438. Em 2021, o valor seria o segundo mais baixo de Janeiro, apenas superior às 427 mortes de dia 2 de Janeiro. Curiosamente, o dia 2 deste ano também foi aquele com o registo mais baixo do mês, com 323.

Comparando os óbitos registados em Janeiro deste ano com o mesmo mês de 2020 (11.878), o ano em que a pandemia chegou a Portugal – com o primeiro caso registado em Março –, este ano morreram menos 275 pessoas. Por outro lado, o mês de Janeiro do ano passado foi aquele que somou mais mortos nos últimos 13 anos, com 19.651 óbitos.

Em Janeiro do ano passado, excluindo os primeiros quatro dias do mês, foi ultrapassado o valor máximo de óbitos registado em cada um dos dias do mesmo mês nos 12 anos. Em quase todos os dias morreram mais de 500 pessoas e registaram-se vários com mais de 700 óbitos. Já este ano, na maioria dos dias de Janeiro morreram menos de 400 pessoas (por todas as causas).

Quanto ao excesso de mortalidade, os dados do Sico mostram que este ano isso não se verificou em mais de metade dos dias do mês e que, no total, foram 411 os óbitos acima do expectável. Já no ano passado, só a última semana do mês de Janeiro excedeu em 2500 o registo previsto.

Em relação ao tipo de morte, os dados do Sico mostram que, em Janeiro, a maioria (10.227, o que equivale a 88,1%) foi considerada natural, 1252 (10,7%) ficaram sujeitas a investigação e 96 (0,8%) foram atribuídas a causas externas.

Relativamente ao local do óbito, a maioria (63,7%, 7394) morreu numa instituição de saúde, 2465 em casa e 1669 noutro local. Em cerca de cem casos, o local do óbito é desconhecido.