Os devaneios de um homem que são um espectáculo feito “ao contrário”
A Palmilha Dentada construiu a sua nova peça como quem se diverte com Legos ou monta um puzzle: textos de Ricardo Alves levaram a fotografias de Júlio Eme, que levaram a músicas dos cinco membros dos Ornatos Violeta, que, uma vez na posse de Ricardo, levaram à construção de um texto original. Ainda está connosco? 12 Efeitos de Luz é “uma coisa estranha”.
Após duas décadas de actividade intensa, sempre marcada por tentativas de reinvenção, a Palmilha Dentada quis experimentar fazer “um espectáculo ao contrário”. Como sempre, o pontapé de saída foi dado por Ricardo Alves, um dos fundadores da emblemática companhia portuense e o seu principal cérebro. O dramaturgo escolheu 12 efeitos de luz tradicionalmente usados em espectáculos de teatro, escrevendo pequenos textos a respeito das características, vantagens e limitações de cada um. De seguida, pediu a Júlio Eme que fotografasse o actor Ivo Romeu Bastos, concretizando em cada retrato um dos efeitos. Num terceiro momento, as palavras de Ricardo e as imagens de Júlio foram enviadas a Elísio Donas, Kinorm, Manel Cruz, Nuno Prata e Peixe, que juntos formam os Ornatos Violeta, mas aqui trabalharam separadamente. Cada um escolheu aquele que era o seu efeito preferido, compondo uma ou duas músicas a partir do mesmo. Ricardo recebeu a banda sonora e escreveu o guião que ela pedia.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.