Câmara do Porto pondera desenhar plano integrado para polo do Campo Alegre
Concurso para a nova ponte sobre o Douro continua suspenso. Autarquia quer estudar aquela zona da cidade onde “sempre houve um problema de inserção urbana”, aponta Rui Moreira.
O concurso internacional para a nova ponte sobre o Douro continua suspenso, depois de um dos concorrentes – o consórcio do engenheiro Adão da Fonseca e do arquitecto Álvaro Siza – ter contestado a decisão do júri, em Novembro. Neste momento há quatro acções a decorrer e a Metro do Porto já apresentou a sua contestação à primeira, disse ao PÚBLICO fonte da empresa, acrescentando que a pronúncia relativa às restantes acções será semelhante. Enquanto isso, na Câmara do Porto, pondera-se delinear um plano integrado para o pólo universitário do Campo Alegre, onde a ponte para o metro fica no lado do Porto.
Questionado sobre o concurso na reunião de câmara desta segunda-feira pela vereadora Ilda Figueiredo, Rui Moreira admitiu o imbróglio urbanístico. “Sempre houve um problema de inserção urbana ali”, referiu. “Não ficou, de facto, resolvido com a construção da ponte da Arrábida e dos seus acessos e o que acontece é que a instalação do pólo universitário sofre muito com isso.”
O presidente da Câmara do Porto disse-se expectante em relação ao “impacto” da ponte, esperando que esta “possa ajudar a uma melhor articulação de toda aquela estrutura”. “A nosso ver sempre padeceu de uma grande dificuldade e os sucessivos PDM não têm conseguido resolver.”
O vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, concordou. “Vamos ter de olhar para aquele território com muita atenção e cuidado e provavelmente fazer um plano integrado para todo o pólo universitário”, adiantou. Esse “pensamento”, no entanto, só poderá começar a ser concretizado quando for conhecida a solução definitiva para a ponte.
Os três consórcios finalistas, anunciados em Outubro, são de gabinetes portugueses, sendo o mais pontuado um atelier dos sucessores de Edgar Cardoso. Se a decisão judicial for favorável à Metro do Porto e o concurso for retomado no ponto em que estava, estes concorrentes deverão nessa fase apresentar a proposta final, onde deverá constar já o preço da obra.
O concurso internacional levantou um debate público sobre o que deveria ser esta ponte e vários concorrentes mostraram desagrado quanto a algumas das regras definidas pela Metro do Porto, nomeadamente quanto à obrigatoriedade de desenhar uma entrada da travessia na cidade em viaduto e não em túnel, algo que seria, no entendimento deles, menos impactante para a paisagem.