Foi uma das estrelas maiores da era dos DJ superestrelas e um dos responsáveis pela febre da chamada EDM (Electronic Dance Music). O seu sucesso foi tal que o primeiro-ministro sueco Stefan Löfven, no exercício até ao último ano, usou o Instagram para deixar uma mensagem de pesar quando o artista morreu, a 20 de Abril de 2018. Já Estocolmo rendeu-se numa homenagem que calou todas as discotecas da cidade durante um minuto. E, dois anos depois, foi anunciado um museu para aquele que alcançou fama mundial com faixas como Wake me up, Hey brother e Sunshine, que co-produziu com David Guetta e foi nomeado para os Grammys em 2012.
Agora, Tim – A Biografia Oficial de Avicii, lançada em Novembro, veio trazer alguma luz sobre o que aconteceu em Mascate, quando o DJ perdeu a vida aos 28 anos. Na altura, as autoridades de Omã esclareceram que não havia qualquer indício de crime, mas não revelaram a causa da morte. Porém, o livro confirma o que foi, na época, avançado por alguma imprensa: que o também produtor musical tirou a sua própria vida com uma garrafa de vidro partida. E revela as palavras que escreveu em diário nas vésperas do sucedido: “O desprendimento da alma é o último passo antes do recomeço”, ficou registado no manuscrito.
Ao longo da recém-publicada obra, destacam-se ainda outros desabafos do DJ, nomeadamente das épocas em que esteve internado em clínicas de desintoxicação: “Porquê esta dor agora? Não é de todo uma sensação confortável. O futuro Tim consegue lidar com a dor. O Tim do futuro tolera melhor a dor do que o Tim do presente porque no presente há dores mais prementes para lidar”, lê-se no livro, citado pelo site TMZ.
Também a dependência ao álcool é abordada: “Tive muita dificuldade em aceitar que nunca mais voltaria a beber. Todos os médicos recomendaram que esperasse pelo menos um ano antes de poder beber sequer uma cerveja... Sim, eu não ouvi a maioria dos médicos, mas ouvi alguns deles que disseram que não havia problema se eu tivesse cuidado. Eu era ignorante e infantil enquanto percorria o planeta numa digressão interminável que se repete quando se acaba.”
Os problemas de saúde de Avicii eram conhecidos e estavam relacionados sobretudo com o consumo excessivo de álcool: em 2014 removeu o apêndice e a vesícula biliar e sofria de pancreatite aguda.