A vida, a morte e a beleza de uma era conturbada

Anéantir, o novo livro de Michel Houellebecq, que é editado dia 7 de Janeiro em França e que o Ípsilon já leu, é uma ode ao que é bom e belo neste mundo, ao que ainda pode ser salvo na humanidade.

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Por baixo de uma aparente suavidade narrativa, levantam-se as grandes questões sobre o mistério e o sentido da vida

São tempos conturbados e os livros de Michel Houellebecq alimentam-se magnificamente dos problemas de uma era, quando não contribuem mesmo para a perturbação. Disse-se que o romance que está a chegar será o seu último. As expectativas são, por isso, imensas. Desta vez a editora impôs um “embargo” rigoroso, escolhendo os jornalistas que receberiam um exemplar no final de Dezembro, e depois impondo solenemente um silêncio total até dia 30. Foi anunciado que Michel Houellebecq não daria entrevistas. O livro será impresso numa edição de luxo com uma capa dura à medida. Era legítimo, portanto, esperar que, tal como durante a Lei Seca americana dos anos 20, fosse organizada uma operação de contrabando para satisfazer as sedes mais exigentes. O novo romance de Houellebecq, Anéantir, editado pela Flammarion e com publicação prevista para 7 de Janeiro, foi, por conseguinte, pirateado e já teve ampla circulação. A ironia é que o hacking e o terrorismo informático são um dos assuntos tratados pelo autor.

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