Ghislaine Maxwell foi considerada culpada por ter ajudado o falecido magnata Jeffrey Epstein a abusar sexualmente de raparigas adolescentes. O júri deu como provado que a antiga socialite britânica de 60 anos recrutou e aliciou quatro adolescentes entre 1994 e 2004 que seriam abusadas sexualmente por Jeffrey Epstein. O financeiro, antigo namorado de Maxwell, suicidou-se em 2019 numa prisão de Manhattan, enquanto aguardava julgamento por acusações de crimes sexuais.
Os membros do júri consideraram Ghislaine Maxwell culpada em cinco das seis acusações imputadas pelos procuradores norte-americanos. Depois de o veredicto ter sido anunciado, Maxwell puxou a máscara para baixo e encheu um copo de água. Antes de chegar a um consenso sobre o veredicto final, o júri deliberou durante cinco dias.
Juntamente com os julgamentos do produtor Harvey Weinstein e do cantor R. Kelly, o caso de Maxwell é um dos mais importantes a nascer do movimento #MeToo, que encorajou mulheres a denunciarem abusos sexuais perpetrados por pessoas poderosas e influentes.
Nas alegações finais no tribunal federal, um dos procuradores disse que Maxwell era a “parceira de crime” de Epstein. “Ghislaine Maxwell fez as suas próprias escolhas. Cometeu crimes tal como Jeffrey Epstein. Era uma mulher crescida que sabia perfeitamente o que estava a fazer”, afirmou o procurador Alison Moe.
Os advogados de Maxwell alegaram que a sua cliente foi usada como bode expiatório de Epstein, procurando retirar credibilidade aos testemunhos das quatro mulheres e afirmando que as memórias, ao longo dos anos, foram corrompidas. A defesa alegou ainda que estas acusações eram motivadas por dinheiro.
“A morte de Epstein deixou um buraco na perseguição da justiça que estas mulheres queriam”, lamentou o advogado de defesa Bobbi Sternheim: “Ela [Maxwell] está a preencher esse buraco e a sentar-se nessa cadeia vazia.”
Epstein namorou com Maxwell vários anos na década de 1990, época em que o par participava em festas e eventos de luxo.
Alguns meses após a morte de Epstein, Maxwell comprou uma casa com um milhão de dólares em dinheiro vivo, em Bradford, New Hampshire, onde ficou fora dos holofotes mediáticos até à sua detenção, em Julho de 2020. Um responsável do FBI disse que a socialite tinha “rastejado para longe”.
Filha do magnata britânico da imprensa Robert Maxwell, Ghislaine esteve sempre habituada a uma vida de opulência. O pai criou uma empresa de publicação e foi o proprietário de tablóides como o Daily Mirrror. Foi encontrado morto no seu iate perto das Ilhas Canárias, em 1991.