Israel quer duplicar o número de colonos nos Montes Golã

Plano para construção e infra-estruturas tem como objectivo juntar mais 23 mil habitantes ao território que o país conquistou à Síria na guerra de 1967 e anexou em 1981.

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O conselho de ministros deste domingo reuniu-se nos próprios Montes Golã NIR ELIAS/Reuters

O Governo de Israel anunciou este domingo um plano para duplicar o número de colonos israelitas nos Montes Golã, região disputada com a Síria, dentro de cinco anos, de 23 mil habitantes para o dobro.

Este plano, disse o primeiro-ministro, Naftali Bennett, assenta no reconhecimento feito em 2019 pelo então Presidente dos EUA, Donald Trump, de que o território é israelita – algo que é disputado pela comunidade internacional. O planalto foi conquistado por Israel à Síria na guerra de 1967, e anexado em 1981, e estaria em jogo no caso de um acordo de paz entre Israel e a Síria.

Além de aumentar o número de habitações em colonatos já existentes, e também e infra-estruturas, melhoria dos sistemas de saúde e educação e promoção de centenas de empregos, o plano prevê ainda dois novos colonatos, segundo o diário israelita Haaretz.

A sessão semanal do Governo em que o plano foi aprovado decorreu na região. “É evidente que os Montes Golã são israelitas”, disse o primeiro-ministro. “O facto de a Administração Trump o ter reconhecido, e do facto de a Administração Biden ter deixado claro que não havia qualquer mudança nessa política, também é importante.”

Pouco depois da tomada de posse de Biden, o secretário de Estado Antony Blinken declarou à CNN que o controlo do território era “de importância real para a segurança de Israel”, mencionando a presença na Síria de milícias apoiadas pelo Irão, um dos principais aliados do regime de Bashar al-Assad. “As questões legais são outra coisa, e se ao longo do tempo a situação mudasse na Síria, teríamos de ver, mas não estamos nem perto disso”, disse ainda Blinken.

A presença israelita nos Montes Golã tem uma escala muito mais pequena do que na Cisjordânia ou Jerusalém Oriental – que têm entre 600 mil e 750 mil colonos judaicos onde há uma reivindicação de pertença baseada na Bíblia, por um lado, e curta distância de locais de trabalho em cidades do outro lado da Linha Verde, por outro. Mesmo assim, os Montes Golã são muito apreciados no país por serem um local turístico e de produção de vinho.