Djokovic poderá ser impedido de defender o título no Open da Austrália
O número um do ranking ainda não confirmou se está vacinado contra a Covid-19, condição necessária para poder entrar no país que recebe o primeiro torneio do Grand Slam de 2022.
Ao contrário de 2021, em que os participantes no Open da Austrália foram todos forçados a uma quarentena antes de poderem competir, este ano, o governo federal australiano exige que as pessoas que entrem no país estejam vacinadas. Um requisito reforçado pelo governo do estado de Victoria para todos os participantes no Open da Austrália, que tem início no dia 17 de Janeiro. Esta é uma medida que põe em risco a participação de vários tenistas, como é o caso de Novak Djokovic que sempre disse ser contra as vacinas.
O melhor tenista do mundo e vencedor do Open por nove vezes ainda não confirmou a presença, mas está inscrito no evento e também na ATP Cup, prova por equipas que abre a época e que irá decorrer em Sydney, a partir de dia 1 de Janeiro. Entretanto, o pai do número um do ranking mundial, Srdjan Djokovic, passou a decisão para os organizadores do Open.
“Eles têm de decidir se deixam o Novak jogar ou não. Se não o deixarem, terão de assumir a responsabilidade da decisão. Novak vai fazer aquilo que ele pensa que será melhor para ele e ninguém lhe irá impor a sua opinião”, frisou esta semana.
Djokovic procura igualmente destacar-se dos rivais Rafael Nadal e Roger Federer com quem partilha o recorde de 20 títulos em provas do Grand Slam, mas o seu pai não tem dúvidas que esse número irá ser ultrapassado pelo filho, pois planeia competir por mais dois ou três anos.
Srdjan Djokovic poderá estar a tentar forçar uma eventual isenção médica, da responsabilidade de dois painéis nomeados pelo governo de Victoria, estado onde mais de 90% da população tem o processo de vacinação completo. Mas James Merlino, primeiro-ministro adjunto da Austrália, já avisou que as excepções, não são um meio “para os jogadores de ténis privilegiados contornarem as regras”.
No caso que alguém testar positivo, é provável que seja imediatamente forçado a entrar em quarentena, como aconteceu em 2021, mas a organização do torneio ainda não confirmou este cenário.
Para já, o francês Pierre-Hugues Herbert e a promissora teenager australiana Olivia Gadecki anunciaram não desejarem ser vacinados e auto-excluíram-se do Open. Já a russa Natalia Vikhlyantseva avisou que não poderá estar presente, pois a vacina que recebeu – Sputnik V – não é uma das oito reconhecidas pelas autoridades sanitárias australianas: Pfizer, AstraZeneca, Moderna, Janssen, Sinovac, AstraZeneca (Serum Institute of India), Sinopharm China e Bharat Biotech.
Rafael Nadal, que não compete desde Agosto devido a uma lesão no pé, iniciou os preparativos para a próxima época na semana passada num torneio de exibição no Abu Dhabi, mas no regresso a Espanha acusou positivo ao vírus e tem a sua participação em risco. Se testar negativo após os 10 dias de isolamento, ainda chegará a tempo de disputar um torneio ATP 250, já em Melbourne Park, na semana que antecede o Open. Também as jogadoras Belinda Bencic e Ons Jabeur foram infectadas nesse torneio e ainda não confirmaram a presença na Austrália.
No torneio feminino, a grande favorita é a número um do ranking mundial (pelo terceiro ano consecutivo), Ashleigh Barty, que tem contra si o facto de uma australiana não conseguir ganhar o Open desde 1978. Há igualmente grandes expectativas sobre o regresso de Naomi Osaka, que se afastou do circuito em Setembro e vem defender o título, e também em relação à estreia no Open da teenager britânica Emma Raducanu, surpreendente campeã no Open dos EUA, o último Grand Slam realizado em 2021.