Avança a construção de viadutos no Campo Grande para a linha circular do metro
Arranque das obras inviabiliza a solução em laço que é defendida por Carlos Moedas. Viadutos devem ficar prontos no fim de 2023, as estações de Estrela e Santos em 2024.
O Metropolitano de Lisboa anunciou esta quarta-feira que já está assinado o auto de consignação dos trabalhos de construção de dois viadutos no Campo Grande que vão dar forma à linha circular. Era a última das três empreitadas que faltava consignar no projecto. Com estes dois viadutos, a linha amarela passa a seguir do Campo Grande para Telheiras e a linha verde faz ‘inversão de marcha’ do Campo Grande para a Cidade Universitária.
Numa nota, a empresa destacou que o auto de consignação assinado com o empreiteiro, um consórcio formado pela Teixeira Duarte e pela Somafel, permitirá construir os novos viadutos sobre a Rua Cipriano Dourado e sobre a Avenida Padre Cruz, prevendo-se ainda a ampliação da estação do Campo Grande para nascente. A partir desta quarta começam a contar 698 dias para a conclusão dos trabalhos, o que significa que eles deverão estar prontos no último trimestre de 2023.
Segundo o contrato, assinado a 3 de Novembro de 2020, a obra tem o valor contratual de cerca de 19,5 milhões de euros, mais IVA. O contrato recebeu visto prévio do Tribunal de Contas em Fevereiro de 2021 e o projecto deste lote foi submetido à Agência Portuguesa do Ambiente para avaliação do Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE).
O Plano de Expansão do metro prevê o prolongamento da linha em mais dois quilómetros de rede, ligando a estação do Rato ao Cais do Sodré com duas novas estações: a da Estrela e a de Santos, criando-se desta forma uma nova linha em anel circular no centro de Lisboa, com inauguração prevista para 2024. A execução do túnel entre o Rato e a Estrela já está a decorrer.
Há cerca de um mês, por proposta do PCP, a Câmara de Lisboa aprovou uma moção contra a linha circular e Carlos Moedas reafirmou que ainda havia tempo para rever alguns aspectos do projecto, como os viadutos do Campo Grande, que permitiriam uma solução em laço e não circular. Ou seja, com os comboios a partirem de Odivelas e a terminarem o percurso em Telheiras, mas percorrendo as actuais linhas amarela e verde, incluindo as duas novas estações que estão a ser construídas.
O ministro do Ambiente, que tutela o metro, disse então que não havia marcha-atrás e que o projecto da linha circular era para levar até ao fim. Com esta consignação, a solução em laço deixa de ser possível.
O principal argumento de Governo e anterior Câmara de Lisboa para a linha circular é o de que ela vai facilitar a ligação entre o centro económico da cidade (Marquês de Pombal, Saldanha, Entrecampos) à linha ferroviária de Cascais e ao transporte fluvial que serve os concelhos de Almada, Seixal e Montijo.
O Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE) relativo ao projecto e à construção dos toscos entre a estação de Santos e o término da estação do Cais do Sodré está em conclusão e será depois enviado à Agência Portuguesa do Ambiente. Encontra-se ainda a decorrer o concurso público relativo à Empreitada de Concepção e Construção dos Acabamentos e Sistemas, acrescentou o metro.