FIFA quer limitar comissões de agentes a 10%
Organismo que gere o futebol mundial está a trabalhar na nova lei, que entrará em vigor a partir de 1 de Julho de 2022.
Erling Haaland está “condenado” a ser uma das maiores transferências (a maior?) do futebol. Mais cedo ou mais tarde, o avançado norueguês irá deixar o Borussia Dortmund para rumar a um qualquer clube com os bolsos muito fundos. Centenas de milhões irão parar aos cofres do clube alemão (que bem precisa deles) e muitas dezenas irão para o bolso de Mino Raiola. Segundo relatos da imprensa internacional, o superagente italiano exige uma comissão de 55 milhões de euros na transferência do seu cliente. Mas a FIFA quer acabar com estas comissões milionárias e quer limitá-las, já a partir de 1 de Julho de 2022, a 10% do valor total da transferência.
Ainda pegando no exemplo de Haaland, para que a comissão de 55 milhões supostamente exigida por Raiola esteja de acordo com os regulamentos que a FIFA quer implementar, a transferência do avançado norueguês teria de atingir os 550 milhões de euros – mais do dobro da maior transferência registada até agora, de Neymar para o PSG por 222 milhões.
O jornal britânico Times diz que o pacote de reformas para a regulação do mercado de transferências prometido por Gianni Infantino está pronto para entrar em vigor a partir da próxima época.
Para além da limitação dos 10% em relação ao valor total da transferência, a FIFA quer igualmente limitar a comissão dos agentes a 3% na negociação dos salários dos seus agenciados, reintroduzir um processo de licenciamento para os agentes e fazer com que os pagamentos a agentes sejam feitos através de um sistema criado pela própria FIFA chamado “Clearing House”, em vez de serem feitos directamente pelos clubes aos intermediários.
Menos dinheiro gasto em transferências
Esta nova regulamentação é uma intenção antiga da FIFA em nome de uma maior transparência no mercado de transferências. Todos os anos, o organismo que tutela o futebol mundial divulga um relatório sobre os intermediários nas transferências de futebolistas e, em 2021, detectou que, pelo segundo ano consecutivo, os clubes gastaram menos em transferências (menos 13,9% do que em 2020), em contraciclo com o valor total pago em comissões (443,5 milhões de euros, um aumento de 0,7%).
Segundo os números apresentados pela FIFA, foram registadas no “Transfer Matching System” 17.945 transferências, das quais 3545 tiveram, pelo menos, um intermediário. 95% das comissões foram pagas por clubes europeus, sendo que seis países concentraram 77% dos pagamentos a intermediários: Inglaterra (118 milhões de euros), Alemanha (75 milhões), Itália (65,2 milhões), Espanha (30,9 milhões), França (26,9 milhões) e Portugal (26 milhões).