Seis girafas morrem de sede no Quénia: é mais um grito de alerta para a seca
A seca prolongada está a levar as comunidades de pastores do nordeste do Quénia ao limite.
A imagem aérea das seis girafas mortas no Quénia soa como um alarme para a seca severa no país do leste de África. Os animais, enfraquecidos pela falta de comida e água, ficaram presos na lama enquanto tentavam desesperadamente beber de um reservatório quase seco nas proximidades.
Para não contaminar a água que restava, as carcaças das girafas foram depois movidas para a aldeia Eyrib, onde o fotojornalista Ed Ram as fotografou, todas juntas na terra seca, a 10 de Dezembro. Uma seca prolongada está a levar as comunidades de pastores do nordeste do Quénia ao limite. A zona recebeu menos de um terço da precipitação normal desde Setembro, conta o fotojornalista sediado em Nairobi.
“Em Eyrib, os residentes da aldeia disseram-me que estavam a passar pela pior seca de que há memória e que não chovia há dois anos. Em todo o mundo, a crise climática está a mudar a vida de milhões de pessoas que fazem o menor mal ao planeta”, escreveu.
Em Setembro, o presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, disse que cerca de dois milhões de quenianos estão em risco de passar fome por causa da seca que afecta também a agricultura. As invasões de gafanhotos, a pandemia de covid-19 e os conflitos por causa dos poucos recursos disponíveis agravam a situação das colheitas, já vulnerável aos impactos da crise climática.
O local onde as girafas morreram é uma zona de conservação de vida selvagem, em Sabuli-Wajir, gerida pela comunidade. Os guardas têm distribuído água pelos animais, incluindo pelos que já precisam de ser hidratados à boca.
Já em Março, mais de dez girafas morreram na área, vítimas de uma doença de pele.