A CAN continua a ser uma incógnita

Clubes europeus ameaçam não ceder os jogadores para o torneio, a menos de um mês do seu início.

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O Liverpool pode ficar sem Salah durante um mês Reuters/RUSSELL CHEYNE

A menos de um mês da data agendada para o seu início, a próxima Taça das Nações Africanas (CAN) continua rodeada de incertezas. Originalmente marcada para Junho passado, a CAN 2021 foi adiada para o início de 2022, e corre agora o risco de novo adiamento, desta vez por causa da pandemia da covid-19. Em cima da mesa estará uma nova data para o torneio organizado pelos Camarões, mas também se fala de poder haver outro país que possa receber a CAN, sendo que os clubes europeus parecem resistentes a ceder os seus jogadores para as selecções se a competição avançar nas datas previstas – entre 9 de Janeiro e 6 de Fevereiro de 2022.

Na base de todas estas incertezas está uma carta que a Associação de Clubes Europeus (ECA) terá enviado à FIFA em que coloca várias questões sobre os protocolos sanitários em vigor durante o torneio e sobre as datas da cedência dos jogadores às selecções e do seu regresso aos clubes após a competição.

“Primeiro que tudo, é dever dos clubes garantir que o bem-estar de todos os jogadores é protegido. Depois, que os clubes não sejam forçados a ficar sem jogadores nas suas competições. Terceiro, que todos os jogadores possam retomar as suas actividades com os seus clubes, sem atrasos, depois de cumprido o dever nas selecções nacionais”, pode ler-se na carta, amplamente citada na imprensa internacional.

Estas preocupações da ECA, organismo do qual fazem parte cinco clubes portugueses (FC Porto, Sporting, Benfica, Marítimo e Sp. Braga), abriram a porta a múltiplos rumores sobre novo adiamento da CAN 2021, mas a intenção da organização do torneio é manter tudo como está.

“A nossa posição é clara. A CAN 2021 vai ser nos Camarões em Janeiro de 2022. O jogo de abertura será a 9 de Janeiro. Não se falou de adiamento e não há qualquer plano de contingência”, garantiu nesta quarta-feira Luxolo September, porta-voz da Confederação Africana de Futebol (CAF).

Desde que o principal torneio de selecções de África passou para o Verão (acontece desde 2019), a cedência de jogadores por parte dos clubes tinha deixado de ser um problema porque o torneio não acontecia a meio da época europeia. Mas o adiamento da edição de 2021 voltou a colocar esta questão na agenda porque muitos dos melhores jogadores africanos da actualidade actuam nas melhores equipas da Europa. O Liverpool tem sido citado como uma das equipas que terá mais a perder com a realização da CAN, porque iria perder durante um mês o egípcio Mo Salah, o senegalês Sadio Mané e o guineense Naby Keita.

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