Grupo Wagner alvo de sanções da União Europeia
Empresa paramilitar russa, próxima do Governo de Vladmir Putin, e oito pessoas a ela ligadas são acusadas de violações de direitos humanos e saqueio de recursos naturais.
Os países da União Europeia adoptaram esta segunda-feira sanções contra o Grupo Wagner, a empresa paramilitar russa que tem agido como uma espécie de braço militar oficioso de Moscovo em vários cenários de conflito no mundo, especialmente em África.
Oito pessoas ligadas à empresa são também alvo de sanções, incluindo o fundador e responsável de operações do Grupo na Ucrânia, Dimitri Utkin.
O Grupo Wagner teve um papel importante nos conflitos da Líbia e da Ucrânia e tem actualmente uma presença influente na República Centro Africana (RCA) e ambiciona estender-se por toda a zona do Sahel.
Segundo a UE, a empresa paramilitar é acusada de violação de direitos humanos nos diferentes cenários de guerra em que esteve ou está envolvida, sendo também sancionada pelas suas actividades desestabilização na Líbia, Síria, Ucrânia e na RCA, que incluem intimidação de civis, acentuar da violência e saqueio de recursos naturais.
Os 27 recorreram a quatro regimes diferentes de sanções relacionados com violações de direitos humanos e as crises na Líbia, Síria e Ucrânia e contemplam a proibição de viagens individuais e a congelação de activos na UE.
Além do Grupo Wagner, as sanções estendem-se a outras três entidades que assinaram contratos com os mercenários russos para extrair recursos petrolíferos nas zonas onde os paramilitares russos estão presentes.
O Grupo Wagner é financiado por Yevgeny Prigozhin, empresário próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, e costuma associar-se com empresa locais e mediante acordos com os governos locais.
Por exemplo, no conflito de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, os paramilitares russos foram os primeiros estrangeiros que o Governo de Filipe Nyusi contratou para ajudar no combate aos insurgentes, mas o resultado acabou por ser desmoralizador e o Grupo Wagner acabou rapidamente substituído por um grupo de segurança sul-africano.
Bruxelas pretende com estas sanções travar a cada vez maior influência da empresa paramilitar russa em África e evitar que o Mali contrate os seus serviços.