Raios-X: Sheriff tem superado as expectativas
Campeão moldavo já fez história a triplicar na actual campanha europeia. Agora tentará bater o pé ao Sp. Braga.
Era, em teoria, o rival mais acessível de todos os que caíram da Liga dos Campeões para o play-off da Liga Europa, mas é, com toda certeza, o que tem a história mais peculiar.
Embora represente a Moldávia nas provas europeias, o Sheriff Tiraspol é o principal clube da Transnístria, uma região situada entre a Moldávia e a Ucrânia que declarou, unilateralmente, a sua independência em 1990. Apesar de oficialmente ser um “país que não existe”, a Transnístria – Tiraspol é a capital -, tem governo, exército, bandeira, controla as suas fronteiras e até emite moeda, mas, no papel, é apenas uma “unidade territorial autónoma com estatuto jurídico especial” da Moldávia.
Política e geografia à parte, o Sheriff Tiraspol cometeu o primeiro feito ao ultrapassar todas as eliminatórias de acesso à Liga dos Campeões, deixando pelo caminho o Teuta (Albânia), o Alaskhert (Arménia), o Estrela Vermelha (Sérvia) e o Dínamo Zagreb (Croácia). Mas as proezas estavam longe de ficar por aí. No jogo de estreia na Champions derrotou, em Tiraspol, o Shakhtar Donetsk e, na ronda seguinte, foi ao Santiago Bernabéu provocar uma das maiores surpresas da história da prova: vitória por 1-2 na casa do Real Madrid, um dos favoritos a vencer a competição.
Comandado pelo ucraniano Yuriy Vernydub, o adversário do Sp. Braga, que a nível interno não tem concorrência à altura no campeonato moldavo, apresenta habitualmente um “onze” formado exclusivamente por jogadores estrangeiros, sendo que um dos titulares é o defesa central peruano Gustavo Dulanto, que na época passada passou com discrição pela Boavista. No meio-campo, conta com o internacional luxemburguês Sebastien Thill, forte nos remates de meia distância.