Produção industrial cai 10,6% em 2020, penalizada pela pandemia
O recuo acontece depois da subida registada em 2019, quando as vendas de produtos e a prestação de serviços na indústria somaram 94.100 milhões de euros.
O total de vendas de produtos e prestação de serviços nas indústrias transformadoras diminuiu 10,6% em 2020, para 84.200 milhões de euros, traduzindo o “forte impacto negativo” da pandemia, divulgou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
“O ano de 2020 ficou globalmente marcado pelo forte impacto negativo da pandemia covid-19 na economia nacional, que conduziu a uma forte contracção da grande maioria dos ramos da actividade económica, determinando nalguns casos a paralisação quase total. Também nas indústrias transformadoras o impacto foi significativo”, refere o INE nas “Estatísticas da Produção Industrial” relativas ao ano passado.
A contracção registada em 2020 segue-se à subida de 2,7% em 2019, ano em que as vendas de produtos e a prestação de serviços na indústria somaram 94.100 milhões de euros.
Segundo o INE, para a variação negativa registada em 2020 “contribuíram de forma mais intensa” as divisões de produtos petrolíferos (-30,8% no valor total das vendas e prestação de serviços em 2020; +0,4% em 2019) e de fabricação de veículos automóveis (-19,3%; +13,0% em 2019).
Em sentido inverso, os maiores acréscimos ocorreram na indústria do tabaco (+11,1%) e na fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparações farmacêuticas (+10,3%).
Já a divisão das indústrias alimentares “manteve a preponderância no total das vendas e prestação de serviços (14,1% do total das indústrias transformadoras), apesar da ligeira diminuição de 0,6% face ao ano anterior (+3,2% em 2019), perfazendo 11.900 milhões de euros”.
O valor da produção industrial vendida no mercado nacional diminuiu 10,4% (+2,2% em 2019) e as vendas para os mercados externos decresceram 11,4% (+3,0% em 2019), com o mercado Intra-União Europeia (UE) a registar uma redução superior à do mercado Extra-UE (-11,7% e -10,1%, respectivamente; +3,1% e +2,9%, pela mesma ordem, em 2019).
Em 2020, as indústrias transformadoras registaram ainda decréscimos de 7,2% no valor acrescentado bruto (VAB) e de 9,3% no excedente bruto de exploração, face a 2019.
A produtividade aparente do trabalho nas actividades do sector atingiu 29.400 euros (-800 euros que em 2019), excedendo em 6.600 euros o valor observado no total das empresas não financeiras.
“Comparando com 2010, este indicador aumentou 3300 euros em termos nominais no conjunto das indústrias transformadoras”, nota o INE.
Quanto à remuneração média anual na indústria transformadora, situou-se em 15.200 euros por pessoa em 2020 (+1900 euros face a 2019), mais 300 euros que no total das empresas não financeiras.
De acordo com o instituto estatístico, “em 10 anos, a remuneração média anual nas indústrias transformadoras aumentou 2300 euros em termos nominais”, sendo que, em 2010, esta remuneração era inferior em 200 euros relativamente à média observada no total do sector não financeiro”.