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O planeta de Annie Griffiths e o seu maior investimento, as mulheres
Uma das primeiras mulheres fotógrafas da National Geographic esteve no Exodus Aveiro Fest, onde falou da vida selvagem e dos "tesouros" que merecem ser protegidos.
Se dúvidas houvesse, durante a pandemia Annie Griffiths (1953) não parou de fotografar — nem de explorar. "A vida selvagem saiu-se bem. Saiu-se melhor com menos interferência do ser humano", disse durante o Exodus Aveiro Fest, enquanto apresentou fotografias recentemente tiradas nos Galápagos e na Antárctida, "tesouros que temos que proteger".
Natural do Minnesota, EUA, Annie foi uma das primeiras mulheres fotógrafas a trabalhar para a National Geographic. Já esteve em cerca de 150 países e hoje tem uma posição completamente cimentada relativamente à nossa acção enquanto defensores do planeta e sobretudo da vida selvagem. "A conservação resulta. Os nossos esforços realmente resultam", exclamou, sempre fascinada perante "a complexidade e a beleza" das criaturas que vão desfilando à frente da sua máquina fotográfica ("Sempre pensei que seria escritora, mas tropecei numa máquina fotográfica e apaixonei-me. Na altura ainda não sabia que a iria carregar na mochila à volta do mundo"). Não se considera fotógrafa da vida selvagem, mas ao longo da sua carreira tem-se cruzado com biólogos e uma série de pessoas que trabalham em "condições realmente difíceis" e que "praticamente desistem das suas vidas" e "trabalham arduamente longe das famílias".
Convidada por Bernardo Conde, director do festival, para o evento de Aveiro, Annie Griffiths não podia deixar de falar do colectivo Ripple Effect Images que documenta programas que capacitam mulheres e meninas em todo o mundo. "Enquanto viajava e fotografava, inconscientemente pensava nelas como vítimas, mas fui percebendo que eram sobreviventes o maior investimento que o mundo pode fazer no nosso futuro comum", explica a fundadora deste movimento que já produziu 36 filmes e construiu uma biblioteca de fotos com mais de 50 mil imagens desde 2010.