Presidente da República apela à realização do 5.º Congresso dos Jornalistas Portugueses
Marcelo Rebelo de Sousa entende que, quatro anos depois do último congresso, é “altura de olhar para trás mas, sobretudo, olhar para a frente, e de os jornalistas aparecerem a dizer o que querem”.
O Presidente da República apelou esta quinta-feira à realização do 5.º Congresso dos Jornalistas Portugueses, considerando que “é altura de fazer um balanço”, uma vez que o mundo inteiro está diferente deste o último congresso, realizado há quatro anos.
Enquanto intervinha na entrega dos Prémios Gazeta 2019/2020, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa fez “o apelo ao 5.º Congresso de Jornalistas Portugueses”.
O último congresso realizou-se entre 12 e 15 de Janeiro de 2017, 18 anos depois do anterior, mas o Presidente da República disse que apelou a que não se organizasse “o congresso pelo congresso”.
“Passaram quatro anos. E que anos. O mundo mudou, a Europa mudou, Portugal mudou. É altura de fazer um balanço. É altura de olhar para trás, mas, sobretudo, olhar para a frente, e de os jornalistas aparecerem a dizer o que querem. Que não seja apenas o aceitarem como facto consumado aquilo que venha a acontecer na comunicação social. Não pode ser”, sustentou.
O chefe de Estado referiu que “é preferível liberdade de imprensa a mais do que liberdade de imprensa a menos”.
“Pecar por defeito nestas circunstâncias”, prosseguiu, é “ir matando a comunicação social” em Portugal, considerou o Presidente da República. A morte da comunicação social “tem custos”, mesmo que não se verifiquem imediatamente, advertiu Marcelo Rebelo de Sousa. “Vai inevitavelmente tornar-se evidente”, alertou.
Durante o discurso e depois de um elogio aos galardoados, o chefe de Estado criticou a precariedade que actualmente está presente na maioria das redacções portuguesas e que é transversal.
Na ótica de Marcelo Rebelo de Sousa, a matemática é simples e infalível: Não há qualidade quando a base está assente na precariedade. A precariedade também é um dos principais inimigos do jornalismo de investigação.
“É impossível ter redacções estruturas com sustentabilidade nessas condições. É rigorosamente impossível. São fogos-fátuos, e cada vez mais fátuos e mais conjunturais. Faz um sucesso do momento, mas dura um instante. E depois? Depois há dificuldade e tem que se pensar no instante seguinte”, completou.
Os galardoados deste ano são: João Pedro Mendonça (Televisão), António Marujo (Imprensa), Carolina Ferreira e Miguel Soares (Rádio), João Francisco Gomes e Sónia Simões (Multimédia), José Sena Goulão (Fotografia). O Prémio Revelação foi para Andreia Friaças, pelo trabalho “8 de Março de 1962. A manifestação das mulheres que não está nos livros”, publicado no PÚBLICO.
Já o prémio Gazeta de Imprensa Regional foi atribuído ao jornal O Gaiense, de Vila Nova de Gaia, e a jornalista Diana Andringa foi distinguida com o prémio Gazeta de Mérito.