Cine-concertos e piolhos entre Lisboa e Porto
A quinta edição do Salão Piolho instala-se de 2 a 5 de Dezembro na capital do país e de 9 a 12 no Porto. No programa, há filmes de Dziga Vertov, Eisenstein ou Georges Pallu, acompanhados por música ou dobragem de Stereossauro, Charlie Mancini, Tó Trips, Filho da Mãe ou João Didelet.
Chamava-se “piolhos” aos cinemas baratos e populares, caracterizados por condições de conforto e de exibição não muito boas, e às vezes marcados por desacatos, que Portugal conheceu na primeira metade do século XX. Cem anos depois, o Salão Piolho tenta resgatar esse espírito, com melhores condições e sem a parte dos desacatos, propondo um programa de cine-concertos de entrada gratuita. A quinta edição desta iniciativa da Fundação INATEL, com a colaboração da Cinemateca, arranca a 2 de Dezembro, em Lisboa, onde fica até dia 5, rumando ao Porto de 9 a 12 do mesmo mês.
Em Lisboa, ver-se-ão, entre espaços como o Cinema Ideal, o Lux, a estação de comboios do Cais do Sodré, o Museu do Dinheiro ou o Teatro da Trindade, filmes mudos de Georges Pallu (Barbanegra e Frei Bonifácio), Dziga Vertov (com o clássico dos cine-concertos O Homem da Câmara de Filmar), Nuno Lopes (Raízes - A Fotografia de Artur Pastor), José Leitão de Barros (Lisboa, Crónica Anedótica), Buster Keaton (Sherlock, Jr.) ou Sergei Eisenstein (O Couraçado Potemkin), entre outros, com música ao vivo de Charlie Mancini, Stereossauro ou Ricardo Gordo, bem como, no caso de Frei Bonifácio, dobragem ao vivo de António Machado e João Didelet.
Já no Porto, entre o Cinema Trindade, o Circulo Católico Operário do Porto, a Fundação INATEL, o Cinema Passos Manuel e a Casa das Artes, haverá Tó Trips, Filho da Mãe, Ricardo Gordo e Charlie Mancini, bem como, na dobragem, o repetente João Didelet, desta feita a fazer parelha com Marcantonio Del Carlo. Serão exibidos os mesmos filmes, à excepção dos de Dziga Vertov e de Nuno Lopes, e com a adição de Surdina, de Rodrigo Areias, que será musicado por Tó Trips.