Filho de Josu Ternera condenado a dois anos de prisão por ligações à ETA
O tribunal reconheceu que Egoitz Urrutikoetxea, vereador em França, não pertencia à organização separatista basca, mas que tinha “relações” com “membros eminentes” da ETA. Por isso, suspendeu-lhe a pena.
O Tribunal Correccional de Paris condenou, esta quarta-feira, Egoitz Urrutikoetxea, filho do líder histórico da ETA Josu Ternera, a dois anos de prisão com pena suspensa. O tribunal reconheceu não haver provas de que o actual vereador de Lichans-Sunhar (Lexantzu), no País Basco francês, tivesse sido membro da organização separatista basca entre 2003 e 2005, mas considerou existirem provas de ligações com dirigentes etarras.
Segundo a sentença, citada pela agência EFE, Urrutikoetxea teve “relações, se não regulares pelo menos repetidas”, com “membros eminentes da organização”, em particular do seu aparelho militar”. O tribunal considerou que “não podia ignorar” os actos terroristas cometidos pela ETA naquele tempo e o facto de o arguido estar associado à organização “consciente e voluntariamente”.
Impressões digitais de Urrutikoetxea foram encontradas em dois apartamentos da ETA em Bordéus e Villeneuve sur Lot e num automóvel usado por membros da organização.
Daí que ao invés dos quatro anos de pena suspensa pedidos pelo Ministério Público, o tribunal o tenha condenado a dois anos de pena suspensa, sendo um deles probatório.
Falando aos jornalistas, Egoitz Urrutikoetxea classificou a decisão como “uma aberração”, mas não adiantou se iria recorrer da sentença, para o qual tem dez dias.
José Antonio Urrutikoetxea, mais conhecido por Josu Ternera, antigo dirigente da ETA (foi um dos que leu o comunicado de dissolução da organização em Maio de 2018), vive também no País Basco francês em liberdade condicional, mas ainda tem processos abertos contra ele em França e Espanha, onde já o condenaram a duas sentenças de prisão, uma de 12 anos e outra de dez anos.