O último trabalho de Catherine Deneuve, no qual contracena com Benoît Magimel, vai ser lançado na próxima semana em França (a Portugal estima-se que De Son Vivant, de Emmanuelle Bercot, chegue apenas em Maio de 2022). E há algo que marcou o processo deste drama que teve direito de estreia em Cannes: o “acidente vascular isquémico muito limitado” que a actriz, na altura com 76 anos, sofreu em Novembro de 2019. Por isso, numa entrevista ao programa televisivo Quotidien o assunto era incontornável. “Foi como um relâmpago porque é algo que nos atinge com força. [...] É uma coisa violenta, rápida e curta”, descreveu Deneuve ao jornalista Yann Barthès.
A actriz estava há um mês em rodagem do novo filme de Emmanuelle Bercot, com quem já trabalhara em La Tête Haute, quando deu entrada nas urgências. No entanto, explicou Catherine Deneuve, houve um conjunto de elementos que impediram que o pior tivesse acontecido: “Tive muita sorte porque foi um dia em que estávamos a filmar no hospital”, revelou, acrescentando que a boa fortuna também lhe bateu à porta pelo facto de ter sido “uma coisa bastante leve — com consequências dolorosas, mas bastante leve”.
Na altura, a família fez questão de esclarecer de imediato que o acidente vascular isquémico tinha sido “muito limitado” e que a actriz não tinha “qualquer incapacidade motora”.
Dois anos depois e totalmente recuperada, Catherine Deneuve garante que está longe da reforma. “Estou a pensar: ‘O que vou fazer?’ Não sei, mas alguma coisa será...”, garantiu, esclarecendo que não será o episódio do AVC a afastá-la do grande ecrã: “Podia ter-me limitado, mas eu decidi não parar.”