Confinamento de não-vacinados na Áustria já dá “frutos”. Governo não quer “trancar os vacinados em casa”

Áustria já nota um “aumento maciço” das inscrições nos centros de vacinação. Vacinação é a “única hipótese” de o país sair do ciclo vicioso de subida e descida de casos, avisa chanceler.

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O chanceler austríaco, Alexander Schallenberg EPA/CHRISTIAN BRUNA

O chanceler austríaco, Alexander Schallenberg, declarou esta segunda-feira que o confinamento das pessoas não-vacinadas na Áustria é uma “medida difícil”, mas que “já está a dar frutos”, referindo “o aumento maciço das inscrições nos centros de vacinação”.

“Não foi de ânimo leve que privámos parcialmente de liberdade uma parte da população, mas a medida já está a surtir efeito”, congratulou-se o chanceler, que tomou esta decisão inédita na União Europeia (UE) perante o agravamento da pandemia de covid-19 no país.

A Áustria enfrenta um aumento de novos casos, que atingiram o número mais elevado desde o início da pandemia – 12 mil por dia, em média, num país de 8,9 milhões de habitantes.

“A única hipótese de sair deste círculo vicioso é aumentar a taxa de vacinação”, que é “vergonhosamente baixa” (65% neste momento), insistiu o chanceler. “Quero levar os não-vacinados a vacinarem-se, e não trancar os vacinados em casa”, acrescentou ainda, descartando as acusações de discriminação ou violação dos direitos fundamentais dos cidadãos não-vacinados.

De acordo com Schallenberg, naquele país da Europa central, quase meio milhão de pessoas recebeu uma dose da vacina na semana passada, para 128.813 das quais foi a primeira dose, antecipando a aplicação das restrições.

“Não posso imaginar que dois terços da população estejam dispostos a renunciar às suas liberdades e a aceitar um confinamento por solidariedade com o terço que ainda não foi vacinado”, sublinhou o chefe do executivo austríaco.

Inquirido também sobre a vacinação das crianças com idade entre cinco e 11 anos, já posta em prática pela cidade de Viena, o chanceler disse esperar que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) dê ‘luz verde’ “daqui a duas semanas”, acrescentando que, “se for o caso”, emitirá “um apelo para que as crianças sejam vacinadas”.