COP26. Transportes e descarbonização no centro do debate desta terça-feira. Portugal vai falar

O objectivo deste debate é incentivar os governos a criarem “corredores marítimos verdes”, rotas marítimas descarbonizadas, e lançar compromissos para que em poucos anos todos os veículos automóveis vendidos sejam de emissões zero e que na área da aviação também se chegue às emissões zero no futuro.

Foto
paulo pimenta

O sector dos transportes, responsável por grande parte das emissões de gases com efeito de estufa, é o grande tema da cimeira do clima de Glasgow nesta quarta-feira, no dia em que Portugal fala no segmento de alto nível da conferência. O ministro português do Ambiente e Acção Climática, João Matos Fernandes, deve falar na manhã desta terça-feira, o segundo de dois dias em que discursam na cimeira os ministros dos países cujos líderes não estiveram presentes na inauguração da COP26, na semana passada.

O dia é dedicado também aos transportes, que exercem grandes pressões ambientais, contribuindo para as alterações climáticas, para a poluição atmosférica e para níveis elevados de ruído. A presidência da cimeira diz que se está no início de um mercado em massa para veículos que não emitam dióxido de carbono, “uma transição que precisa de ser significativamente acelerada” para manter o objectivo de não deixar que as temperaturas subam além de 1,5ºC (graus celsius) em relação à época pré-industrial.

Por isso, o dia dedicado aos transportes, segundo a presidência britânica, vai juntar líderes de todo o sector para acelerar a transição para veículos com emissões zero e para descarbonizar também outros sectores como a aviação e o transporte marítimo.

O objectivo é incentivar os governos a criarem “corredores marítimos verdes”, rotas marítimas descarbonizadas, lançando a chamada Declaração de Clydebank. O dia ainda será para lançar compromissos para que em poucos anos todos os veículos automóveis vendidos sejam de emissões zero, e que na área da aviação também se chegue às emissões zero no futuro.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, activistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de Novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para actualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial. Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao actual ritmo de emissões, as temperaturas serão, no final do século, superiores em 2,7 ºC.