Malala, a cara da luta pela educação das raparigas contra os taliban, casou

A Prémio Nobel da Paz deu a notícia no Twitter. Há uns meses, a activista tinha-se pronunciado contra o casamento.

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"Asser e eu demos o nó para sermos parceiros para toda a vida", escreveu Malala no Twitter DR/Twitter

Malala Yousafzai, que se tornou conhecida pela sua defesa do direito universal à educação e que, por isso, em 2014, se tornou a mais jovem laureada com o Prémio Nobel da Paz, informou através da sua conta oficial no Twitter que casou.

A jovem, de 24 anos, que vive no Reino Unido, disse que ela e o seu novo marido, a quem chamou apenas de Asser, se casaram na cidade de Birmingham e fizeram a festa em casa com as suas famílias. “O dia de hoje marca um dia precioso na minha vida. Asser e eu demos o nó para sermos parceiros para toda a vida”, escreveu no Twitter, acrescentando quatro fotografias à sua publicação.

Malala não deu qualquer outra informação sobre o marido, para além do primeiro nome. Os utilizadores da Internet identificaram-no como Asser Malik, director-geral do Centro de Alta Performance do Conselho Paquistanês de Críquete, mas a Reuters não conseguiu confirmar a informação.

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Ainda em Julho deste ano, Malala dizia à revista britânica Vogue que não tinha a certeza se alguma vez iria casar. “Ainda não compreendo por que é que as pessoas têm de casar. Se quer ter uma pessoa na sua vida, por que é que tem de assinar papéis de casamento, por que é que não pode ser apenas uma parceria?”, defendeu, antagonizando muitos paquistaneses que a criticaram nas redes sociais.

Malala Yousafzai começou a escrever, com 11 anos e sob pseudónimo, um blogue para a BBC urdu sobre como era viver sob o domínio dos taliban no Paquistão. Aos 15, tinha chamado a atenção do grupo armado. Quando estava numa carrinha escolar de caixa aberta, um homem chamou o seu nome, apontou uma pistola e disparou três tiros​. Malala quase morreu. Soube-se que sobrevivera depois de ter sido transferida para o Hospital Rainha Isabel, em Birmingham, Reino Unido. Foi submetida a várias cirurgias, e ficou, depois de tudo, com uma paralisia parcial na face.

Após a sua recuperação, continuou a viver em Inglaterra, assim como a família, que ainda corre risco no Paquistão, e abraçou a causa de defender a educação como um direito universal. Entre as muitas acções em que participou, sublinha-se o discurso da jovem na sede da ONU em Nova Iorque, em que apelou à tolerância e compreensão entre os povos.

Em 2014, no decorrer de uma aula, soube que tinha recebido o Prémio Nobel da Paz. Antes já tinha recebido outros prémios, como o Sakharov, do Parlamento Europeu. Entrou na Universidade de Oxford em 2017; este ano, terminou a licenciatura em Filosofia, Política e Economia.

Entretanto, escreveu dois livros, Eu Sou Malala e O Lápis Mágico de Malala (ambos editados em Portugal), e criou a fundação Malala Fund para “defender o acesso das raparigas a uma educação de qualidade” e recolher fundos para investir em “soluções centradas nas comunidades que permitam fornecer melhor educação, dando poder aos líderes e aos educadores locais”.

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