Wes Anderson, o tio de França
Tudo é reciclado, tudo é citação. Saímos cansados, saímos entusiasmados. Filme de abertura do Leffest, quarta-feira, 21h, no Teatro Tivoli, Lisboa.
Há um célebre dito de W.C. Fields: “If you can’t dazzle them with brilliance, baffle them with bullshit.” Em tradução livre, algo como: “Se não os podes maravilhar com brilhantismo, confunde-os com um monte de tretas.” Não nos lembramos de melhor para exprimir o nosso sentimento à saída de Crónicas de França do Liberty, Kansas Evening Sun (ou, no mais sintético original, The French Dispatch). Maravilhados com tanto brilhantismo ou confundidos com tanta treta? Uns dias depois, concluímos que tudo é perfeitamente compatível: maravilhados com tanto brilhantismo e confundidos com tanta treta. É uma viagem acidentada, a do espectador do último Wes Anderson, que tanto está com o filme, como dá por si a estar contra ele, e assim sucessivamente. E se quem escreve estas linhas é um admirador de Wes, que considera que entre Bottle Rocket e Moonrise Kingdom (depois, o caso tornou-se mais bicudo) ele assinou alguns dos mais entusiasmantes filmes americanos dos últimos 25 anos, imagine-se a reacção de quem não esteja munido duma predisposição de boa vontade.
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