Santos Silva diz que buscas a comandos por suspeita de tráfico não afectam imagem do país

Em causa estão suspeitas de tráfico de diamantes em missões militares noutros países.

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Augusto Santos Silva é ministro dos Negócios Estrangeiros LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, foi o primeiro governante a comentar a megaoperação da Polícia Judiciária (PJ) que inclui uma intervenção no Regimento de Comandos por suspeitas de tráfico de diamantes em missões militares noutros países.​ Santos Silva disse que a imagem de Portugal não sai afectada por causa de buscas.

Vários órgãos de comunicação social noticiaram que a PJ está a fazer buscas em cerca de 100 locais do país por suspeitas de tráfico de diamantes e ouro em missões militares noutros países, como na República Centro-Africana.

As operações decorrem, de acordo com a SIC, em Lisboa, Porto, Bragança e Vila Real.

“Não afecta a nossa imagem internacional. Se as autoridades judiciais entendem que há indícios que exigem investigações, essas investigações devem ser feitas. Vigora o princípio da separação dos poderes. Não tenho nada a dizer sobre investigações em curso”, disse Augusto Santos Silva à margem da conferência anual da AICEP, em Coimbra.

Reagindo à megaoperação da PJ, o ministro dos Negócios Estrangeiros salientou ainda o papel dos militares portugueses em missões internacionais. “Quer como ministro da Defesa quer agora como ministro dos Negócios Estrangeiros, não oiço de nenhum meu interlocutor internacional que fale de missões portuguesas destacadas em missões de paz internacionais outra coisa senão o pedido que continuemos e que reforcemos a nossa presença.”

Para Augusto Santos Silva, "a imagem internacional de Portugal muito beneficia do facto" de o país ser “um contribuinte líquido para a segurança internacional e o facto de, em particular, nas missões de paz das Nações Unidas, mas também nas missões da NATO ou nas missões da União Europeia, o papel desempenhado pelos militares portugueses ser unanimemente reconhecido”.