Nanni Moretti: “Será possível eu ter o direito de fazer um filme não-cómico?”
A Itália na escuridão da intimidade… e as solidões a caminharem para a sua única possibilidade: o mundo. Três Andares é o primeiro filme em que Nanni Moretti também caminha para as outras personagens. A coreografia é fantasmática. A montagem experimenta os limites da contenção. “Sim, também penso que é um momento de inflexão”, diz o realizador ao Ípsilon no seu escritório de Roma, entre os seus estrumpfes.
Michele Apicella, o alter-ego de Nanni Moretti, a criatura com a qual ele exacerbou o seu desejo de absoluto num punhado de filmes de facção narcisista e de estrutura centrípeta (de Ecce Bombo, de 1978, a Palombella Rossa, de 1989, salvo pontual interrupção em 1985: La Messa è Finita), assumia às tantas num deles, Bianca (1983), que o seu problema era não gostar das outras pessoas.
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