UE preocupada com ameaça de desagregação da Bósnia quer manter a sua presença militar
Continuidade da missão discutida na ONU sob a ameaça do veto da Rússia, numa altura em que o país parece em vias de se desmembrar.
A União Europeia quer manter a sua presença militar na Bósnia Herzegovina e enfatizou esta quarta-feira a importância de prolongar o mandato da operação Altea para garantir a segurança no país. Bruxelas vê a questão com “grande preocupação”, como referiu o porta-voz da Comissão para as questões de política externa e segurança, Peter Stano, em conferência de imprensa.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas discutiu esta quarta-feira a questão da Bósnia Herzegovina sob a ameaça da Rússia de vetar o prolongamento da missão militar (EUFOR), numa altura em que os próprios dirigentes bósnios temem a possível desagregação do país, depois de o líder sérvio-bósnio, Milorad Dodik, ter ameaçado com retirar o território sérvio das instituições nacionais.
“Veremos o resultado das conversações nas Nações Unidas, esperamos que o mandato se prolongue. Estamos comprometidos com esta missão”, afirmou Stano, em Bruxelas, citado pela Europa Press.
A UE enviou a directora-geral do Serviço de Acção Externa, Angelina Eichhorst, à Bósnia na semana passada para tentar encontrar soluções para a crise que mantém bloqueado institucionalmente o país. Esta é a pior crise política desde os acordos de Dayton que, em 1995, puseram fim à guerra.
Dodik, que tem o apoio de Moscovo nas suas movimentações, não ameaça com uma verdadeira secessão, mas com a retirada dos sérvios das instituições nacionais, o que a acontecer fará com que os sérvios-bósnios passem a ter forças armadas e órgãos judiciais e fiscais próprios.
Se isso acontecer, diz Christian Schmidt, Alto Representante das Nações Unidas para a Bósnia, a Bósnia Herzegovina não só corre o risco de se desintegrar, como a probabilidade de um novo conflito aumenta: “As perspectivas de um aprofundar das divisões e de um conflito são muito reais”. Como Schmidt disse, os planos de Dodik representam uma “ameaça existencial” para o país.