Santander teve lucros de 172 milhões de euros até Setembro
Resultados líquidos ascenderiam a 336,7 milhões sem provisões para processo de reestruturação em curso. Banco fechou 100 balcões no período.
Os resultados consolidados do Banco Santander Totta nos primeiros nove meses do ano revelam uma queda de 32,3% face a período homólogo, para 172,2 milhões de euros.
A queda é explicada pela constituição de uma provisão no montante de 164,5 milhões de euros, para fazer face ao processo de restruturação em curso, que implica a redução de centenas de trabalhadores. Sem essa provisão, os lucros seriam de 336,7 milhões de euros, mais 82,2 milhões de euros que o montante registado em igual período de 2020.
Nos primeiros nove meses do ano, face ao período homólogo, o banco encerrou 100 balcões e reduziu 638 postos de trabalho, no âmbito do “plano de transformação em curso”, para “optimização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia”, segundo um comunicado da instituição, divulgado esta quarta-feira.
A 30 de Setembro terminou a moratória legal de crédito a particulares, essencialmente constituída por empréstimos à habitação e a empresas, que, no caso do Banco Santander, ascendeu a 6,1 mil milhões de crédito.
De acordo com a informação divulgada, “o produto bancário ascendeu a 1025,7 milhões de euros, subindo 6,4%%, e os custos operacionais diminuíram 1,8%, totalizando 422,0 milhões de euros, pelo que o resultado de exploração subiu 13,0%”. Já o rácio de eficiência diminuiu 3,4 pontos percentuais, para 41,1%.
Outro indicador importante do sector é a margem financeira, que ascendeu a 558,5 milhões de euros, o que corresponde a uma descida de 5,6% face ao período homólogo, “evolução que continua a reflectir os baixos níveis de taxas de juro de curto prazo e a sustentada redução dos spreads de crédito, num enquadramento concorrencial que permanece bastante competitivo”, revela a instituição em comunicado.
O total de crédito a clientes aumentou 2,2%, para 43,5 mil milhões de euros, “destacando-se o crescimento do crédito à habitação em 5,9%”.
A instituição liderada por Pedro Castro e Almeida sublinha o crescimento do número de clientes digitais, que aumentou 8,6% em relação ao período homólogo, representando 58% do total de clientes de banco principal. “Em linha com esta tendência, as vendas em canais digitais atingiram 61% do total, em valores acumulados desde o início do ano, o que equivale a um aumento de 22 pontos percentuais face ao período homólogo”, adianta.
Foi ainda registada uma evolução positiva das comissões líquidas, que ascenderam a 315,7 milhões de euros, um crescimento de 15,0% face ao mesmo período de 2020, reflectindo “o aumento dos níveis de transaccionalidade dos clientes, num contexto de reanimação económica, e a estratégia de diversificação dos recursos com maior foco em fundos e seguros financeiros, bem como na distribuição de seguros autónomos de risco”.
Na informação divulgada é ainda destacado que o rácio de Non-Performing Exposure (NPE), o chamado crédito não produtivo, “calculado de acordo com o critério EBA (em relação a exposições de balanço), situou-se em 2,3% em Setembro de 2021, registando uma redução de 0,5 pontos percentuais face ao período homólogo, sendo que a respectiva cobertura se fixou em 83,4%”.