Um milhar de pessoas manifestou-se em defesa da ciclovia da Almirante Reis

Ponto de partida foi a Praça Martim Moniz, com as centenas de pessoas em bicicletas e trotinetes a deslocarem-se depois até à Câmara Municipal de Lisboa. Manifestantes exigem que a ciclovia não seja destruída e que a prioridade seja a construção de mais ciclovias.

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Manifestação começou na praça do Martim Moniz e terminou em frente à Câmara Municipal de Lisboa LUSA/MIGUEL A. LOPES

Cerca de um milhar de pessoas manifestou-se esta terça-feira, em Lisboa, em defesa da ciclovia da Almirante Reis e de “uma cidade segura para todas as pessoas”, numa acção que terminou junto aos Paços do Concelho.

O ponto de partida foi a Praça do Martim Moniz, onde pelas 18h centenas de pessoas, de várias idades e acompanhadas de bicicletas e trotinetes, se concentraram.

“Cortar emissões, não ciclovias, menos rodovia e mais ciclovia ou não ao trânsito e sim à ciclovia”, foram algumas das palavras de ordem proferidas pelos manifestantes, durante um percurso pedonal e ciclável entre a praça do Martim Moniz e a Câmara de Lisboa.

MIGUEL A. LOPES/LUSA
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Uma das participantes nesta acção foi Isabel Lopes, moradora em Lisboa, que, em declarações à agência Lusa, elogiou a ciclovia da Almirante Reis, considerando que trouxe “mais qualidade de vida à zona”. “Esta ciclovia está espectacular, bem feita. As ambulâncias passam melhor porque as bicicletas se desviam melhor do que os carros. Lisboa está a perder qualidade de vida, com um tráfego intenso”, queixou-se.

No mesmo sentido, Catarina Lopes, também residente em Lisboa, justificou a sua presença na acção com a necessidade de “reivindicar uma cidade para as pessoas” e com uma “redistribuição igualitária das mobilidades”.

“Sempre vivi em Lisboa e o meu modo de transporte é a bicicleta. Esta ciclovia trouxe-me para o comércio desta zona. Está num eixo central que é utilizado por muita gente”, apontou. No entanto, Catarina Lopes diz perceber as críticas feitas à ciclovia da Avenida Almirante Reis, considerando que se devem ao facto de ter aparecido “repentinamente”.

“Estas ciclovias surgiram num contexto de pandemia, em que [as bicicletas] se tornaram meios de transporte mais seguros. Nunca vamos conseguir satisfazer todas as necessidades”, atestou.

A acção de protesto terminou na Praça do Município, em frente à Câmara Municipal de Lisboa, onde se concentraram cerca de mil pessoas a exigir que a ciclovia da Almirante Reis não seja destruída e que a prioridade seja a construção de mais ciclovias. “Esta questão entrou no debate político de forma inquinada. Aquilo que queremos é uma solução mais equilibrada e que seja possível toda a gente circular. O que nós estamos a pedir é um diálogo”, sublinhou Miguel Pinto, um dos organizadores do protesto.

A eliminação da ciclovia da Avenida Almirante Reis foi uma das medidas defendidas pelo recém-eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.