Shimon Peres é acusado pela segunda vez de assédio sexual

A primeira revelação foi feita há mais de uma semana pela antiga deputada Colette Avital. O canal N12, que avançou o segundo testemunho, informou que o círculo de pessoas que sabia do comportamento de Peres era muito maior do que o que esperado.

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Shimon Peres JEAN-MARC LOOS/Reuters

O antigo Presidente e primeiro-ministro israelita Shimon Peres, já falecido, foi acusado de assédio sexual por uma antiga secretária, pouco mais de uma semana depois de uma outra denúncia de assédio sexual feito pela antiga deputada do Partido Trabalhista Colette Avital.

Shimon Peres (1923-2016) é considerado um herói nacional e um dos líderes fundadores de Israel. Foi primeiro-ministro por três vezes, Presidente entre 2007 e 2014 e foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1994.

A antiga secretária, que decidiu fazer a denúncia em condição de anonimato, assegurou que Peres colocou a mão debaixo da sua roupa e tentou empurrá-la contra a parede. A vítima teve sorte e conseguiu fugir, segundo indicou no sábado a jornalista Rina Mazliah, do canal israelita N12.

O canal informou ainda que o círculo de pessoas que sabia do comportamento de Peres era muito maior do que o que esperado, notou o Jerusalem Post.

Há dez dias, Colette Avital revelou numa entrevista ao diário Haaretz que Peres a assediou sexualmente em dois momentos durante os anos 1980. Quando era primeiro-ministro, em 1984, Peres encostou-a contra uma porta e tentou beijá-la, disse ao jornal israelita.

Numa outra ocasião, contou, Peres convidou-a para o seu quarto de hotel para tomar o pequeno-almoço durante uma missão diplomática em Paris e tentou empurrá-la para cima da cama quando entrou no quarto.

Sobre a sua decisão de tornar agora públicos os episódios, Avital disse à rádio 103FM que, se tem “lutado contra o assédio durante todos estes anos, seria muito mau se não revelasse a verdade”, escreve o Jerusalem Post.

Avital foi alvo de rumores persistentes sobre uma alegada relação com Peres. Mas, ao revelar a verdade, esclareceu que continuou a trabalhar com o político, porque o respeitava e ao seu trabalho, além de não querer “insultar a memória de Peres nem a família”.

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