Quem foi vacinado com AstraZeneca ou Johnson levará reforço da Pfizer
As doses de reforço administradas nesta fase de vacinação serão todas Comirnaty, a fórmula desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech. Ministra da Saúde garante que há doses para garantir esta fase da vacinação.
Se foi vacinado, num primeiro momento, com uma dose das vacinas da AstraZeneca ou da Johnson&Johnson, saiba que a dose de reforço será da Pfizer. É esta a informação que consta na norma da Direcção-Geral da Saúde (DGS) relativa à vacinação, actualizada no dia 8 de Outubro.
Ainda que a “evidência científica relativa à necessidade de vacinação com doses de reforço” seja, por enquanto, limitada, “os dados disponíveis sugerem que possa apresentar um benefício na prevenção da doença grave, hospitalização e morte em populações mais vulneráveis”.
Com este pressuposto, a vacinação de reforço já avança desde dia 11, segunda-feira, junto dos residentes e utentes de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, como lares, e das pessoas com mais de 65 anos de idade.
No que toca à vacina usada para o reforço, a norma da DGS é clara: “A vacinação das pessoas elegíveis para uma dose de reforço deve ser realizada com uma vacina de mARN (Comirnaty), com um intervalo de, pelo menos, seis meses após a conclusão do esquema vacinal primário, independentemente da vacina utilizada no esquema vacinal primário”. A Comirnaty é a vacina anticovid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech.
Há vacinas suficientes para garantir este reforço, de acordo com a DGS, em resposta ao PÚBLICO. Já no dia 17 de Setembro, em declarações aos jornalistas, a ministra da Saúde disse que existem doses suficientes para, se necessário, revacinar toda a população: “Estamos a preparar tudo para a possibilidade de haver necessidade de vacinar uma população mais frágil pela sua imunidade natural, designadamente em função da idade”, afirmou Marta Temido.
Em todo o mundo, há vários países que optaram por administrar uma dose de reforço aos grupos mais vulneráveis. É o caso da República Checa, França, Finlândia ou Suécia que estão a seguir estratégias semelhantes à de Portugal. Este processo de vacinação de reforço é justificado pela perda de eficácia gradual das vacinas ao longo do tempo – o objectivo é estimular a imunidade conferida anteriormente.
Contudo, a Organização Mundial da Saúde opôs-se, desde o primeiro momento, à administração de uma dose de reforço para pessoas saudáveis: justifica-o com a necessidade de continuar a distribuição de vacinas nos países mais pobres. No início desta semana, abriu uma excepção, e passou a recomendar uma terceira dose para imunodeprimidos e para idosos que tenham sido vacinados com Coronavac e Sinopharm, ambas de origem chinesa e com fórmulas que usam o vírus inactivado.