Covid-19: “Não houve clarificação completa” do incidente do Queimódromo, diz Gouveia e Melo

Em 12 de Agosto, a actividade do Queimódromo, foi suspensa depois de detectada uma alegada falha na cadeia de refrigeração de cerca de 1000 vacinas. “Eu enquanto coordenador, nunca tive a confiança para voltar a reabrir o centro”, adiantou o vice-almirante.

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O incidente foi detectado numa terça-feira e a “task force” é avisada na quarta-feira às 16h30 Nelson Garrido

O antigo coordenador da task force da vacinação contra a covid-19 afirmou esta terça-feira que, enquanto esteve nessas funções, “não houve uma clarificação completa” do incidente com vacinas no Queimódromo no Porto, que levou ao encerramento do centro.

“De facto, até ao fim do processo de vacinação, enquanto a task force esteve em funções, não houve clarificação completa, essencialmente, porque é que fomos avisados tardiamente” do incidente verificado em Agosto naquele centro de vacinação, afirmou Gouveia e Melo na Assembleia da República.

Em 12 de Agosto, a actividade no centro de vacinação do Queimódromo, no Porto, foi suspensa, depois de detectada uma alegada falha na cadeia de refrigeração de cerca de 1000 vacinas, não chegando depois a reabrir devido à diminuição do ritmo de vacinação.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) avançou, na altura, que a vacinação decorrida a 9 e 10 de Agosto naquele centro era “válida” e que os utentes não tinham de repetir a inoculação.

Segundo o vice-almirante, o centro de vacinação tinha equipamentos sofisticados, “os frigoríficos eram do melhor que havia”, mas uma “falha eléctrica comprometeu todo este processo” de conservação das vacinas.

“Para além de ter falhado tudo, falhou uma segunda cadeia que era procedimental: quando os enfermeiros iam iniciar a vacinação, tinham de verificar que as vacinas com que iam vacinar tinham estado em condições de temperatura, através dos registos dos frigoríficos. Isso também não foi verificado. Foi a segunda falha”, explicou o antigo coordenador da task force.

Segundo Gouveia e Melo, o incidente foi detectado numa terça-feira e a task force é avisada na quarta-feira às 16h30, tendo solicitado de imediato ao Ministério da Saúde o encerramento do centro, o que aconteceu por volta das 19h.

“Nós não conseguimos perceber perfeitamente isso e, não percebendo isso, eu enquanto coordenador, nunca tive a confiança para voltar a reabrir o centro”, adiantou o vice-almirante, ao adiantar que este processo entrou em fase de averiguações, através da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) e da PJ, e “ainda não chegou ao fim”.

Gouveia e Melo foi ouvido na Comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença COVID-19 e do processo de recuperação económica e social e na Comissão de Saúde.