Pinto Luz admite que Rangel “encaixa” no perfil de líder “mais afirmativo” e que sabe “unir”

Apresentação do livro do vice-presidente da Câmara de Cascais juntou notáveis do PSD.

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Miguel Pinto Luz não será candidato à liderança nas próximas directas Nuno Ferreira Santos

Numa altura em que Paulo Rangel ainda não assumiu oficialmente uma candidatura à liderança do PSD, um dos seus apoiantes, Miguel Pinto Luz, descreve o perfil necessário do próximo presidente do partido. “Precisamos de um líder mais afirmativo na oposição, que não seja tão passivo, que seja capaz de unir outra vez o PSD, que não seja sectário e que tenha uma visão de mundo global e com densidade intelectual”, afirmou aos jornalistas o vice-presidente da Câmara de Cascais à margem da apresentação do seu livro “Voltar a acreditar na política”.

Miguel Pinto Luz, um crítico de Rui Rio, foi questionado sobre se Paulo Rangel corresponde a esse perfil. “Este tipo de perfil encaixa como há outros, aguardemos”, disse, antecipando que os “militantes” que se querem assumir como candidatos o vão fazer “rapidamente”. O próprio Pinto Luz, que no livro defende o aparecimento de novos protagonistas para que os eleitores voltem a acreditar na política, desistiu desta vez de ser candidato, deixando espaço ao eurodeputado.

Na sessão de apresentação, o espaço no Príncipe Real, em Lisboa foi exíguo para tantos convidados. Estiveram vários antigos presidentes do PSD (Passos Coelho, Pedro Santana Lopes e Luís Filipe Menezes), além do próprio Paulo Rangel, Carlos Moedas e outras figuras notáveis do partido.

Miguel Pinto Luz recusou fazer a leitura de que é uma demonstração da força de Rangel – “são meus amigos” – e assegurou que o lançamento do livro estava marcado muito antes do conselho nacional do PSD, agendado para esta quinta-feira. Além de antigos dirigentes como a ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque e o ex-secretário-geral do PSD José Matos Rosa, compareceram ainda actuais deputados como Carlos Silva e Sandra Pereira, que foram apoiantes de Pinto Luz nas últimas directas. 

Se Carlos Moedas, que esteve na primeira fila, se comprometeu a não se pronunciar sobre a vida interna do PSD, já o antigo ministro Miguel Relvas considerou ser importante demonstrar que “há militantes e dirigentes do PSD que se preocupam com a construção de uma alternativa ao actual Governo”. “O PSD não tem sido capaz de se assumir como uma alternativa ao actual Governo”, defendeu o antigo número dois de Passos Coelho, que já assumiu o apoio a Paulo Rangel.

Na apresentação do livro, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais e amigo de Miguel Pinto Luz, disse sentir-se “bem nesta minoria social-democrata” que ainda “existe” no partido, gerando risos na sala. Carlos Carreiras assumiu-se um “sá-carneirista”, um social-democrata, e definiu Miguel Pinto Luz como um “liberal social”.

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