EUA
Após mais um derrame, manifestantes pedem o fim da exploração petrolífera na Califórnia
A ruptura de um oleoduto, localizado no fundo do Oceano Pacífico, provocou uma fuga de petróleo na costa da Califórnia. Derrame de 575 mil litros de óleo já está a ter consequências na vida marinha.
Após o derrame de quase 575 mil litros de petróleo ao longo da costa da Califórnia, nos Estados Unidos, surgem protestos relacionados com as consequências ambientais deste acidente. Com a morte de peixes e aves e ainda os danos provocados em pântanos da zona, o desastre traz à tona a ameaça humana à segurança dos ecossistemas marinhos. Com a mancha negra de óleo que cobre as praias californianas, manifestantes apelam a que se termine toda a actividade relacionada com este combustível fóssil naquele estado norte-americano.
O desastre fez com que o petróleo atingisse pântanos protegidos e habitats de espécies em vias de extinção. Aves e peixes mortos têm sido uma realidade presente ao longo da costa californiana nos últimos dias. Segundo as autoridades, sete aves cobertas de crude foram salvos e estão a receber tratamento; um pelicano teve de ser eutanasiado porque as penas manchadas de óleo não tinham recuperação. Ainda é cedo para avaliar o impacto ambiental da catástrofe ambiental, mas espera-se que a área receba uma afluência de aves migratórias nas próximas semanas, o que pode provocar um aumento no número de vítimas.
O derrame de óleo teve início junto à praia de Huntington, no condado de Orange, durante o último fim-de-semana. Segundo o The Guardian, o derrame teve origem na abertura e consequente movimentação de um oleoduto (por 32 metros) que se encontrava no fundo do oceano. A fuga já foi estancada, mas a causa do acidente ainda está por apurar. Para prevenir a propagação do petróleo, as autoridades norte-americanas instalaram 625 metros de barreiras de protecção nas águas. Cerca de 255 quilómetros da costa foram contaminados, encerrando várias praias. Podem ser necessários meses até estas serem reabertas.
A questão da segurança dos oleodutos surge num momento em que activistas pelo clima procuram bloquear novos projectos de combustíveis fósseis nos Estados Unidos. Build Back Fossil Free, uma das associações em manifestação, planeia protestar à porta da Casa Branca, já na próxima semana, para pedir ao presidente Joe Biden que declare o desastre como uma emergência climática. Embora a Califórnia lidere as políticas de redução dos combustíveis fósseis no país, este estado é o sétimo maior produtor de petróleo bruto nos Estados Unidos.
Há vários anos que se discute a implementação de legislação que reforce os requisitos de detecção de derrames de óleo e obrigue as empresas a instalar válvulas que podem desligar, automaticamente, o fluxo de petróleo em caso de acidente. As indústrias de petróleo têm resistido a estas exigências devido aos elevados custos que estão associados.
Texto editado por Ana Maria Henriques