Para onde foi João Rendeiro? “Não sei, nem quero saber”, diz advogado

Carlos do Paulo sublinhou em entrevista à TVI que João Rendeiro “saiu como um homem livre” e “não praticou um único crime” ao sair do país. Até à hora da próxima diligência, a 1 de Outubro pelas 14h, o ex-presidente do Banco Privado Português continua a estar fugido à Justiça.

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O advogado de João Rendeiro, Carlos do Paulo, disse esta quarta-feira não saber do paradeiro do seu cliente, que fugiu para fora da Europa para escapar à pena de prisão a que foi condenado esta terça-feira.

“Não sei onde está João Rendeiro, nem quero saber. A função do advogado é esclarecer o cliente dentro da lei”, disse Carlos do Paulo em entrevista à TVI nesta quarta-feira à noite, explicando até que, ao abrigo cooperação judiciária internacional e para sua protecção, o advogado “não deve saber onde está o seu patrocinado”, uma vez que teria de quebrar o sigilo profissional e ser “obrigado a revelar à Justiça” a localização do cliente.

Carlos do Paulo disse ainda que o ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) saiu com um termo de identidade e residência, tendo saído e viajado em liberdade com um registo criminal limpo. “Embora tenha sentenças transitadas em julgado, nem sequer constam no registo. Tem passaporte, nunca lhe foi apreendido, não teve nenhuma medida de coacção”, acrescentou.

“João Rendeiro saiu como um homem livre, não praticou um único crime, João Rendeiro não fugiu a nada. Saiu livremente do país. Não tem de se entregar na prisão. Não há nada na lei que puna alguém que não se entrega. O órgão de polícia criminal deve ir ao domicílio quando houver mandados emitidos.”

O arguido foi obrigado pelo tribunal a apresentar-se em Lisboa perante a juíza até sexta-feira, dia 1 de Outubro, pelas 14h. E Carlos do Paulo realça que, até esta data, o cliente não fugiu à Justiça. Caso isso não aconteça, será emitido no imediato um mandado de detenção europeu e a sua medida de coacção será alterada de termo de identidade e residência para prisão preventiva. Esta diligência é relativa à condenação de Maio deste ano a dez anos de prisão efectiva. João Rendeiro enfrenta actualmente três condenações e uma absolvição.

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