A poesia da pólis
Dois exemplos colhidos na vasta produção de um poeta que faz das dinâmicas da pólis o fulcro, impulso e mecanismo para as realizações da sua escrita.
Limitemo-nos aos últimos cinco anos — arco temporal escolhido mais por um imperativo de ordem prática do que por qualquer significado especial no tempo decorrido. Nesta meia década, Paulo da Costa Domingos foi autor de mais de dez publicações, entre pequenos cadernos, livros de média e de grande dimensão — categoria em que se conta a recolha mais ampla de toda a sua poesia até então publicada, Carmes (Companhia das Ilhas, 2019). No entanto, também merecem referência livros como Paisagem durante a Batalha (viúva frenesi, 2019), possivelmente um dos mais poderosos títulos da sua vasta produção poética vinda a lume em tempos mais recentes. Ao número das suas edições no capítulo da poesia há ainda que juntar testemunhos como Al Berto. A Busca. A Solidão. A Morte. E sempre sempre Este Nosso Idioma (viúva frenesi, 2019), Ostras (viúva frenesi, 2019), ou Sião — Doc. Interno — (viúva frenesi, 2017). Precisamente, documentos essenciais para se entenderem (ou para tentar entender) certos meandros editoriais. Trata-se de um conjunto de publicações de carácter entre memorialístico e documental em que o autor, editor e livreiro interveniente nas dinâmicas da pólis (para não usar termos demasiado condicionados e, porventura, gastos), junta os esforços de todas as vertentes da sua acção para compor a história de alguma edição entre nós — peripécias e iniquidades, gáudios e logros variegados. A resenha da produção de Paulo da Costa Domingos (PCD) pretende, também, à sua maneira, funcionar como documento de um percurso, memorial de uma actividade escrita de clara singularidade.
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