Corrida à liderança da UGT terá pela primeira vez dois candidatos

Mário Mourão, líder do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Financeiro de Portugal (SBN), apresentou a sua candidatura a presidente da tendência socialista, disputando o cargo com José Abraão, dirigente sindical função pública.

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Carlos Silva, que está à frente da UGT desde 2013, vai deixar o cargo no próximo ano Daniel Rocha

A corrida a secretário-geral da UGT terá, pela primeira vez na história da central sindical, dois candidatos. Além de José Abraão, actual dirigente da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), Mário Mourão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Financeiro de Portugal (SBN), apresentou nesta quinta-feira a sua candidatura à presidência da tendência socialista, lugar que por inerência corresponde ao de secretário-geral da central.

Na carta de apresentação da candidatura, dirigida ao actual líder da UGT, Carlos Silva, o também membro do secretariado nacional da central garante que vai privilegiar a unidade, compromete-se a defender todos os sectores e a travar “os combates exigidos pela sociedade portuguesa”.

A decisão, escreve Mário Mourão, foi tomada “no culminar de uma reflexão muito profunda” e no momento “difícil” que se vive no sector bancário, com o anúncio de despedimentos colectivos em várias instituições financeiras que, assume, é a sua “maior prioridade”.

Em declarações ao PÚBLICO, o candidato assegura que “não haverá nenhum perigo de privilegiar um ou outro sector” caso seja eleito secretário-geral da central, acrescentando que quem define a política da UGT são os próprios sindicatos.

“Esta minha candidatura é dirigida a todos os membros da tendência sindical socialista da UGT, sem excepção, sem privilegiar um sector em detrimento de qualquer outro”, frisa, reforçando que “todos os sectores da sociedade merecerão” o seu empenho.

Mário Mourão, tem 63 anos, é bancário, foi deputado e membro do secretariado da Federação Distrital do Porto do PS. É desde 2005 presidente do SBN (que antes se denominava Sindicatos dos Bancários do Norte).

Na semana passada, José Abraão apresentou também a sua candidatura a secretário-geral da UGT, prometendo abrir a central sindical aos jovens e reforçar o diálogo com os restantes parceiros sociais.

Numa carta enviada aos dirigentes sindicais da UGT, Abraão defende que o diálogo social “não se esgota nas reuniões da Comissão Permanente de Concertação Social” e promete “criar condições de diálogo e de participação entre a UGT e os restantes parceiros sociais, tentando estabelecer compromissos”.

De acordo com os estatutos da UGT, a tendência sindical socialista é responsável por escolher o candidato a secretário-geral da UGT, enquanto a tendência social-democrata indica o nome do presidente. O congresso da tendência socialista realiza-se em Novembro, altura em que os delegados decidem quem será o seu presidente e consequentemente o candidato a líder da UGT.

É a primeira vez que há dois candidatos a secretário-geral da UGT, lugar que nos últimos dois mandatos foi ocupado por Carlos Silva, também ele oriundo do sector da banca. Os estatutos da UGT estabelecem o limite de dois mandatos mas, por decisão de 75% dos delegados ao congresso, pode haver um terceiro mandato.

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