A contra-revolução não dará na televisão
No seu maniqueísmo coxo, o filme só se interessa pelos ricos, as únicas personagens que realmente se individualizam e que “Nova Ordem” segue de princípio a fim.
Nova Ordem é uma espécie de anti- Roma, o filme de Alfonso Cuarón, mexicano como Michel Franco. Onde Cuarón propunha, para as relações entre classes, uma beatitude sentimental (mais genuína ou mais hipócrita, pouco importa agora), Franco propõe apenas o conflito, extremo e irremediável. Mas da pior maneira possível. Tão mal que é difícil decidir se o filme é só muito inábil ou profundamente perverso — sendo certo que é um exemplo perfeito daquela tendência irreprimível de muito cinema contemporâneo para o cinismo oportunista.
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