Chega no Alentejo a contar com o voto comunista: “A CDU é passado”
Em Beja, André Ventura justificou a fraca presença de pessoas na sua acção de campanha: “Sentem-se ameaçadas” e só admitem “em privado” o voto no Chega.
O que se diz à boca pequena foi admitido por André Ventura ao início da tarde desta quarta-feira na sua deslocação a Beja: “Contamos com o eleitorado comunista, porque a CDU é passado, com um discurso e pessoas do passado.” Para o líder do Chega, “Portugal nunca assistiu a um fenómeno assim”, o eleitorado de um partido transitar para outro partido.
No entanto, a expressão do “fenómeno” não foi visível durante a sua presença em Beja. Cerca de três dezenas de apoiantes assumidos do Chega aguardavam por André Ventura. O líder do Chega justificou a fraca presença de pessoas alegando que o seu partido concentra “a força do voto silencioso”.
E porquê? As pessoas “sentem-se ameaçadas” e outras “são perseguidas” por apoiar o Chega. Assim a única forma de assumirem o seu posicionamento político “é em privado, na mesa de voto”, explica Ventura, convicto de que após a contagem dos votos na noite do próximo domingo se confirmará que o número de apoiantes do Chega “será muito superior”.
E esta força eleitoral é no Alentejo interior, da raia, que se concentra. “[Como ficou plasmado nas] votações históricas que alcançámos”, diz o líder do Chega, enumerando uma dezena de municípios onde espera obter forte votação. Destacou o triângulo Beja, Serpa e Moura. Nesta última cidade está programado para a noite desta quarta-feira “um grande comício que vai marcar um ponto de viragem” no xadrez político alentejano. São concelhos onde residem comunidades ciganas e que, por este facto, levará as comunidades não ciganas a “reagir”, votando no partido de Ventura, incomodadas com uma etnia “que vive de subsídios”.
André Ventura focou-se ainda no “cinismo político” de António Costa, criticando a sua posição publicada nas páginas do PÚBLICO. “ O que é que o Governo fez para assumir a requalificação e a garantia de salários aos trabalhadores?” Uma pergunta a que deu resposta: “Permitiu que os trabalhadores fossem despedidos e os empresários acusados de mauzões.”