Esquerda une-se e chumba projecto do CDS para rever financiamento dos hospitais do SNS
O projecto defendia que fossem estabelecidas “métricas orientadoras de avaliação de qualidade e desempenho em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde”.
O projecto do CDS-PP para a revisão do modelo de financiamento dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com a introdução de “métricas” de avaliação, foi chumbado esta sexta-feira na generalidade pela maioria parlamentar de esquerda.
Este diploma do CDS-PP teve o apoio do PSD, da Iniciativa Liberal e do Chega, contou com a abstenção do PAN, mas foi reprovado pelo PS, Bloco de Esquerda, PCP, PEV e pelas deputadas não inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
Com base neste projecto, o CDS-PP defendia que fossem estabelecidas “métricas orientadoras de avaliação de qualidade e desempenho em todos os hospitais do SNS”.
Os democratas-cristãos pretendiam que, periodicamente, essas métricas orientadoras fossem alvo de avaliação, sendo os resultados “obrigatoriamente considerados na atribuição de orçamentos adequados”.
“Existem já métricas de avaliação nacional e internacionalmente recomendadas. Importa agora transpô-las e aplicá-las. Para isso, é determinante envolver a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Enfermeiros, a Ordem dos Farmacêuticos, a Ordem dos Nutricionistas, a Ordem dos Psicólogos, as direcções de serviços, os Conselhos de Administração e o Governo. A sensibilidade e especial relevância desta matéria obriga a um consenso entre todos”, alegou o CDS-PP.
Durante o debate deste projecto na generalidade, na quarta-feira, o CDS-PP apontou que o SNS “sofre de um subfinanciamento crónico”, com insuficiência de recursos humanos e de materiais.
“Parece-nos possível um outro consenso sobre a necessidade de introduzir uma alteração profunda ao modelo de financiamento dos hospitais do SNS, por forma a que possam ser melhor geridos, sustentáveis e conformes com os padrões de qualidade do nosso tempo”, sustentou o CDS-PP.
No diploma, os deputados do CDS-PP advertiram que se torna urgente “proceder a uma alteração ao modelo de financiamento em saúde”.
“A criação de um modelo de incentivos financeiros aos prestadores de cuidados de saúde do SNS, que dependa dos ganhos de saúde alcançados, é, em nosso entender, o mais acertado por ser o que, invariavelmente, se vai traduzir em valor acrescentado para o utente”, lê-se no projecto agora chumbado