Polícia italiana desmantela poderoso clã mafioso do sul de Itália

Entre os detidos está Massimiliano Ficano, chefe da família de Bagheria, um grande município às portas de Palermo.

Foto
Polícia Italiana EPA/SERGIO PONTORIERI

A polícia italiana desmantelou um poderoso clã da máfia na Sicília, no sul de Itália, após a prisão de oito dos seus membros, e evitou ainda um homicídio planeado pelo grupo, informaram esta segunda-feira as autoridades locais.

Entre os detidos - todos acusados de associação mafiosa e tráfico de drogas, posse e venda de armas ilegais, extorsão, ferimentos e maus-tratos a terceiros - está Massimiliano Ficano, chefe da família de Bagheria, um grande município às portas de Palermo.

Segundo os investigadores, o clã de Bagheria mantinha “o controlo do território, impondo a prática de extorsão e, sobretudo, assumindo a gestão rigorosa dos locais de venda de droga onde operavam apenas os sujeitos autorizados pela Cosa Nostra, que eram obrigados a pagar periodicamente uma cota fixa dos benefícios”, explicou, num comunicado, a polícia militarizada italiana (carabinieri).

Essa era “a sua principal fonte de lucros”, juntamente com a gestão dos centros de apostas, e era controlada directamente por Ficano, embora aquele nunca se tivesse exposto pessoalmente, delegando o trabalho aos seus colaboradores de maior confiança.

Ficano, que no passado se encarregou de ajudar a esconder o já falecido líder mafisos Bernardo Provenzano, que esteve desaparecido 43 anos, aproveitou o vazio de poder gerado pela actividade da polícia para impor as suas decisões e métodos violentos à família.

As investigações - da intitulada “operação Perséfone” - aceleraram nos últimos dias, após a polícia saber do plano recentemente elaborado pelos chefes do clã para assassinar um criminoso local que consideravam “pouco inclinado a respeitar as ‘regras’ impostas pela máfia” e que “tinha desafiado publicamente” o chefe.

“Sob o comando do Ficano, seis membros do grupo mafioso espancaram-no com selvajaria, causando um trauma na cabeça e na mão”. Entretanto, o agredido, “longe de assumir um comportamento submisso apesar da agressão e dos ‘avisos’, resolveu armar-se com um machado e anunciou a sua intenção de incendiar um local recentemente inaugurado pelo chefe”. Assim, foi “sentenciado” e seu assassínio foi elaborado com detalhes pelo grupo mafioso.