Máscaras deixam de ser obrigatórias na rua, mas continuam a ser recomendadas em várias situações
Máscara deverá continuar a ser usada em locais exteriores onde exista grande aglomeração de pessoas, situação que poderá aumentar o risco de contágio. Este sábado foram vacinados 108 mil jovens contra a covid-19.
A partir desta segunda-feira o uso de máscaras na rua já não é obrigatório, mas a sua utilização vai continuar a ser recomendada em algumas situações, como aquelas que implicam a aglomeração de pessoas. A utilização da máscara mantém-se nos espaços fechados como lojas, supermercados, centros comerciais e serviços e transportes públicos.
A obrigatoriedade do uso da máscara no espaço público exterior estava em vigor desde 28 de Outubro e esperava-se que pudesse ter caído quando o país atingiu os 70% de população totalmente vacinada, ainda em Agosto. Mas a ministra da Presidência veio lembrar que esta era uma competência da Assembleia da República. Com os dois partidos mais representados no Parlamento de acordo em relação à não renovação da medida, o uso universal da máscara na rua deixa de estar em vigor.
É certo que não muda o que está definido na lei, mas esperava-se que a Direcção-Geral da Saúde (DGS) fizesse durante o fim-de-semana uma actualização à orientação relativa ao uso das máscaras. Até agora, essa publicação ainda não aconteceu, mantendo-se em vigor a versão que estava publicada e que continua actual em vários pontos.
Durante a última semana, a DGS disse que estava a rever esta orientação, adiantando que “irá no sentido de deixar de recomendar a utilização universal de máscaras no exterior, que poderá ser utilizada de forma facultativa”. Mas salientou que, em “situações especiais, nomeadamente aglomerados previsíveis ou potenciais de pessoas, contextos específicos e situações clínicas particulares”, a máscara irá ser recomendada.
Numa audição parlamentar, a pedido do PSD, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, reforçou a questão da recomendação em determinados contextos, dando como exemplo eventos ou locais com muita mobilidade que leve à aglomeração de pessoas. Falou ainda dos recreios das escolas, o que levou a um pedido de clarificação por parte dos pais e directores. No caso das escolas, o uso da máscara, tal como refere a lei, continua a ser obrigatório, o que implica espaços interiores e exteriores. A mesma indicação foi dada em relação ao ensino superior, com docentes, não docentes, investigadores e outros colaboradores obrigados a utilizar máscaras, com excepção única nos períodos de refeição.
84% dos jovens iniciaram vacinação
Foi a evolução positiva do processo de vacinação contra a covid-19 e a estabilização do número de novos casos que levou os partidos políticos a não propor a renovação do uso da máscara na rua. Portugal aproxima-se dos 85% de população totalmente vacinada, fasquia que deve ser alcançada na última semana deste mês, segundo fonte da task force da vacinação contra a covid-19.
Este fim-de-semana, muitos dos jovens entre os 12 e os 17 anos completaram o processo vacinal, cenário que se vai repetir no próximo. A mesma fonte adiantou ao PÚBLICO que este sábado foram vacinados 108 mil jovens e no fim-de-semana passado mais de 100 mil. “Mais de 84% dos jovens entre os 12 e os 17 anos já estão vacinados com uma toma e cerca de metade desse valor já tem a segunda dose”, acrescentou.
A percentagem cada vez mais alta de população imunizada está a levar à adaptação dos centros de vacinação, como já tinha sido referido ao PÚBLICO por vários autarcas no final do mês passado. Este é um modelo preparado para vacinação em grande escala que se irá manter pelo menos até ao final de Setembro. A mesma fonte da task force salientou que “se trata de uma adaptação e não o fim do processo”, explicando que o que está a acontecer é “uma redução dos recursos humanos necessários, sem perder a dispersão geográfica”, permitindo que qualquer pessoa possa ser vacinada em qualquer centro de vacinação.
De acordo com o boletim deste domingo da DGS, registaram-se 911 novas infecções e oito mortes por covid-19 Quanto aos internamentos, há 569 doentes com covid internados – mais 17 do que no relatório anterior –, dos quais 120 estão em unidades de cuidados intensivos (menos um). São os cuidados aos doentes mais graves que merecem especial atenção, mas cujos números estão longe da linha vermelha de 255 camas traçada pelos especialistas.