A princesa Mako de Akishino, 29 anos, deixou claro que está disposta a desistir de tudo em nome do amor, incluindo um subsídio governamental de cerca de 1,2 milhões de euros. A sobrinha do imperador japonês está disponível para renunciar aos títulos reais como manda a lei por querer casar com um plebeu.
Segundo a lei japonesa, as princesas devem deixar a família real caso optem por casar com alguém que não pertença à nobreza. No caso, Kei Komuro, 29 anos, com quem Mako namora desde os tempos da faculdade, é plebeu. Ele e a princesa planeiam casar ainda este ano. Segundo o The Times, embora percam o seu status, a lei prevê que as princesas tenham direito a uma compensação do governo de 1,2 milhões de euros, aos quais a princesa também quer renunciar, apontam os meios de comunicação social japoneses. Espera-se ainda que a cerimónia do casamento não obedeça ao ritual xintoísta — será a primeira vez, desde a Segunda Guerra, que tal acontecerá a um membro feminino da família real.
Também não há precedentes de uma princesa recusar a oferta monetária criada para quem deixa a família real. Ao Japan Forward, uma fonte da casa imperial disse que esse valor poderá reverter a favor do Estado ou ser doado a organizações, de acordo com os desejos de Mako.
Depois do casamento, Mako e Komuro devem mudar-se para Nova Iorque, onde Komuro está a estudar e pretende trabalhar num escritório de advogados. O casal conheceu-se quando estudava na International Christian University, em 2012. “Primeiro fui atraída pelo seu sorriso”, confessou a princesa ao The Telegraph, há uns tempos. Um ano depois, o jovem pediu a princesa em casamento e o casal manteve uma relação à distância, enquanto Mako estudava no Reino Unido, onde fez o mestrado em Estudos de Arte em Museus e Galerias, na Universidade de Leicester, formação que terminou em 2016. No ano seguinte, o casal deu uma entrevista colectiva aos média japoneses para dar conta dos planos para o seu casamento, uma cerimónia que deveria ter acontecido em Novembro de 2018, mas que acabaria por ser adiada para 2020 pela casa imperial.
Então, a razão para o adiamento prendeu-se com a “imaturidade” do casal, apontou a casa real, mas a imprensa japonesa refere outras questões como algumas dúvidas em relação às finanças da mãe do noivo e do seu ex-companheiro, dúvidas essas que Komuro prometeu estarem resolvidas o quanto antes. Após o casamento, o jovem manterá o estatuto de plebeu assim como os filhos que resultarem da sua relação com Mako.
A lei de 1947 não prevê que as mulheres possam suceder ao imperador, apenas os filhos varões. Em 2017, Akihito foi o primeiro imperador japonês a anunciar que iria abdicar em 200 anos. Em 2019 sobe ao trono o seu filho mais velho Naruhito, hoje com 61 anos, que tem apenas uma filha. Os actuais herdeiros para o substituir são o seu irmão de 55 anos, o príncipe Fumihito, e o filho deste, o príncipe Hisahito, de 14 anos (pai e irmão de Mako, respectivamente); assim como o tio do imperador, Hitachi, de 85 anos.