Roglic vence o contra-relógio final e a sua terceira Vuelta
O ciclista esloveno confirmou a sua superioridade na última etapa da Volta a Espanha.
Depois de ter sido obrigado a desistir da Volta a França no início de Julho, devido a lesões resultantes de uma queda logo na terceira etapa, o esloveno Primoz Roglic confirmou este domingo o terceiro triunfo consecutivo na Volta a Espanha, ao vencer o contra-relógio individual da derradeira etapa. Pelo meio, o ciclista da Jumbo ainda conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, num ano de consagração.
Até agora, apenas o suíço Tony Rominger e o espanhol Roberto Heras podiam gabar-se de terem conquistado três vitórias seguidas na prova iniciada em 1935. É um feito extraordinário, como indicia a história. Rominger foi o primeiro, com triunfos em 1992, 1993 e 1994.
Seguiu-se-lhe, nove anos depois, Heras nas edições de 2003, 2004 e 2005. O espanhol, que também já tinha vencido em 2000, ocupa a primeira posição deste ranking, com um total de quatro Vueltas no currículo.
Ainda com três triunfos, mas não consecutivos, está Alberto Contador, outra figura mítica do ciclismo espanhol, que terminou em primeiro em 2008, 2012 e 2014. Aos 31 anos, Roglic gravou também o seu nome neste restrito quadro de honra.
O mais extraordinário é o esloveno ter chegado a este patamar com apenas sete anos como profissional na modalidade. Até aos 24 anos, o ciclista, nascido em Trbovlje, dedicava-se e exclusividade aos desportos de Inverno, mais concretamente aos saltos de esqui, onde lhe era vaticinada um futuro brilhante. Foi campeão mundial de juniores, em 2007, mas as lesões encerraram prematuramente a carreira.
O esqui perdeu um talento em 2011, as bicicletas ganharam outro a partir de 2013. Nas estradas, Roglic não demorou muito a dar nas vistas. Venceu uma etapa da Volta a Itália em 2016 (terminaria a prova no terceiro lugar em 2019) e outras duas na Volta a França nas edições de 2017 (ano em que também conquistou a Volta ao Algarve) e 2018, em que cortou a meta nos Campos Elísios no quarto lugar da geral. Era só um aviso.
Em 2019, surgiu a primeira grande vitória em Espanha, que repetiria em 2020, ano em que terminou em segundo a corrida francesa.
O contra-relógio é o seu grande talento, como se confirmou nos recentes Jogos, mas tem desenvolvido igualmente as suas capacidades de “trepador”, como se verificou, por exemplo, na 17.ª etapa desta Vuelta, terminando em primeiro a mítica subida dos Lagos de Covadonga.