Arte Urbana
Depois do Fazunchar, as obras que ficam nas paredes de Figueiró dos Vinhos
Após nove dias de intervenção artística, a terceira edição do Fazunchar chegou ao fim e agora restam as obras e instalações que ficaram em Figueiró dos Vinhos. Devido ao envolvimento da comunidade no evento, conta Lara Seixo Rodrigues, a organizadora do festival de arte urbana, este, “para além de uma experiência artística, tornou-se numa experiência humana”.
“As inscrições para as visitas guiadas esgotaram mal abriram”, o que fez com que estivessem mais de 140 pessoas presentes nesta actividade, continua Lara Seixo Rodrigues. A iniciativa atraiu visitantes de várias localidades do país e do estrangeiro e o piquenique comunitário, que já é uma tradição no Fazunchar, reuniu cerca de 70 pessoas.
Das intervenções artísticas realizadas na vila, a organizadora realça o trabalho de Bosoletti, Isaac Cordal, Elisa Capdevila e Mariana Duarte Santos.
Sem preparação prévia, o primeiro artista “chegou ao local e foi aí que sentiu o que ia fazer”. Assim, Bosoletti decidiu trabalhar algo relacionado com as Fragas de São Simão e o elemento água: o artista fotografou este tema a negativo que depois, graças ao telemóvel, é visível a positivo. Isto faz com que o trabalho “pareça passar despercebido, mas agarra o olhar do visitante”.
Isaac Cordal espalhou 13 miniaturas de estátuas (algumas com casas à medida) por toda a vila, num alerta para o problema da desertificação no interior do país. Já Elisa Capdevila e Mariana Duarte Santos usaram fotografias antigas de Figueiró dos Vinhos como inspiração para os seus murais. “As pessoas vão-se identificando a si e aos seus familiares e, depois, mandam 'bitaites' sobre quem está retratado.”
“Sendo um projecto que se desenvolve no espaço público, é impossível ser bem-sucedido sem a aceitação da comunidade. Isto é feito para as pessoas e com as pessoas e, por isso, aceitam como seu”, sublinha Lara Seixo Rodrigues.
Texto editado por Ana Maria Henriques