Pai e filho
Viggo Mortensen passa para trás da câmara com uma história de famílias feridas que revela um realizador de corpo inteiro e dá ao veterano Lance Henriksen o papel da sua vida.
Para muitos, Viggo Mortensen é ainda o Aragorn do Senhor dos Anéis, mas quem acompanhe o seu percurso por filmes de David Cronenberg ou Lisandro Alonso sabe que estamos perante um dos mais inteligentes actores contemporâneos. Não é por isso surpreendente que a sua estreia na realização seja a “contracorrente” da produção dos nossos dias; o que surpreende é o olhar de director perfeitamente formado revelado por esta história de família disfuncional transfigurada pelo tempo e pela idade. No caso, o que a idade trouxe a John e, em menor escala, à sua irmã Sarah, filhos de um casamento infeliz entre pais, que pareciam pertencer a mundos muito diferentes mas que, mesmo por pouco tempo, foram capazes de se amar e de construir o seu próprio mundo comum. E o que a idade tirou a Willis, o pai viúvo e irascível que se agarra teimosamente a uma visão do mundo parada na América do pré-Vietname.
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