Maioria dos norte-irlandeses quer referendo à permanência no Reino Unido
Consequências do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia para a Irlanda do Norte relançaram debate sobre a união com a Irlanda.
A maioria do eleitorado da Irlanda do Norte quer um referendo sobre a permanência no Reino Unido, de acordo com uma sondagem do Observer publicada este domingo.
Dois terços dos inquiridos querem que seja convocado um referendo sobre a permanência da Irlanda do Norte no Reino Unido, um tema que foi relançado depois das negociações em torno do “Brexit”. Apesar do apoio à consulta, os norte-irlandeses dividem-se quanto ao calendário para essa votação. Cerca de 37% do eleitorado defende a marcação do referendo durante os próximos cinco anos, enquanto 31% quer ser chamado a votar, mas após 2026.
A maioria dos norte-irlandeses continua a defender a manutenção do território no Reino Unido (49%), mas o apoio à reunificação com a República da Irlanda merece a preferência de 42% dos inquiridos pelo Observer, enquanto 9% não tomou ainda uma decisão. O diário The Guardian lembra que noutras sondagens o apoio à união com a Irlanda tem sido mais baixo. Num estudo publicado em Junho eram 30% os que defendiam esta solução.
A permanência da Irlanda do Norte no Reino Unido tornou-se alvo de debate público na sequência do acordo de saída da União Europeia. O protocolo para a Irlanda do Norte acabou por impor uma fronteira entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido, criando vários problemas internos. Bruxelas tem rejeitado qualquer possibilidade de renegociar o acordo.
Os Acordos de Sexta-Feira Santa, que puseram fim ao conflito na Irlanda, prevêem a possibilidade de se convocar um referendo pelo secretário para a Irlanda do Norte do Governo britânico se existir uma maioria favorável à saída do território do Reino Unido e à reunificação com a Irlanda.
O director da LucidTalk, Bill White, a empresa que elaborou a sondagem, nota que o apoio à união com a Irlanda tem sido consistente. “É nos outros 50% que temos uma diferença de opinião entre os que apoiam uma Irlanda unida e os que não sabem”, afirma, citado pelo Guardian.