DBRS confirma rating de Portugal em “BBB”

A agência de notação DBRS manteve hoje o rating da dívida pública portuguesa em “BBB” com perspetiva estável.

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Reuters/PEDRO NUNES

“A DBRS confirmou hoje o rating de longo prazo […] da República Portuguesa em ‘BBB’ (alto)”, indicou, em comunicado, a agência de notação financeira canadiana. Em Fevereiro, a DBRS já tinha mantido inalterado o rating de Portugal.

No documento hoje divulgado, a DBRS afirma que o impacto da pandemia de covid-19 na economia portuguesa foi severo, deixando-a, a partir do segundo trimestre, abaixo dos níveis de produção do final de 2019.

A paralisação do consumo privado foi responsável pela maior parte da contracção na procura interna, apontou, acrescentando que o “colapso do turismo” também levou a uma queda significativa nas exportações.

O lançamento da vacina, a flexibilização das restrições e melhores condições de saúde, bem como os fundos da União Europeia, devem acelerar a recuperação, perspectivou.

A Comissão Europeia (CE) prevê para a economia portuguesa um crescimento de 3,9% em 2021 e 5,1% em 2022.

“A melhoria nos sectores presenciais, como o turismo, depende da pandemia e é improvável que a recuperação ocorra antes de meados de 2022. No entanto, as perspectivas de crescimento melhoraram e, à medida que a vacinação avança em Portugal e na Europa, a economia deve também recuperar”, referiu.

Assim, a confirmação da perspectiva “estável” teve em conta o “choque abrupto” da covid-19 na saúde e na economia, bem como as melhorias verificadas nos principais indicadores de classificação nos anos anteriores à crise.

Segundo a DBRS, um maior investimento e a diversificação das exportações de bens e serviços de maior qualidade apontam para “fortes perspectivas de crescimento a médio prazo”.

A DBRS sublinha que as contas orçamentais passaram de um pequeno excedente em 2019 para um grande défice em 2020. “A deterioração foi impulsionada por uma redução significativa nas receitas com a recessão económica e um aumento nas despesas para enfrentar a pandemia […]. Espera-se que o défice diminua para 4,5% do PIB em 2021 e para 2,2% até 2023”, adiantou.

No entanto, a agência também alertou para algumas vulnerabilidades, como uma dívida pública elevada, baixo potencial de crescimento económico e o stress no sistema financeiro.

Esta é a primeira agência de notação a emitir a segunda avaliação semestral da dívida portuguesa.

O rating é uma classificação atribuída pelas agências de notação financeira que avalia o risco de crédito (capacidade de pagar a dívida) de um emissor, que pode ser um país ou uma empresa.

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