Magia de Pedrinho aproxima Shakhtar da Liga dos Campeões

O Shakhtar leva do Mónaco uma vitória por 1-0 no play-off de acesso à Champions. A segunda mão é no dia 25.

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Pedrinho celebra no Mónaco FB Shakhtar

Shakhtar, Salzburgo e Sheriff estão mais perto da fase de grupos da Liga dos Campeões. É isto que sai dos “jogos milionários” desta terça-feira, referentes à primeira mão do play-off de acesso à principal prova europeia de clubes.

Se o 2-1 entre Salzburgo e Brondby e o 3-0 entre Sheriff e Dínamo Zagreb foram jogos pouco badalados – este último com desfecho surpreendente –, o duelo entre Mónaco e Shakhtar foi, como diria Jorge Jesus, um jogo entre duas equipas que poderiam já estar na Liga dos Campeões.

Ao contrário do que é habitual no Estádio Louis II, a bancada central estava bastante composta, algo que deu, pelo menos para efeitos televisivos, uma imagem bem mais colorida de um clube tradicionalmente pouco apoiado.

Mas nem a moldura humana interessante seduziu o Mónaco a controlar o jogo e ser “mandão”. Pelo contrário, foi o Shakhtar quem quis dominar desde o primeiro minuto, com o já famoso futebol rendilhado e assente em passes curtos, trocas posicionais, tabelas e recortes técnicos. Numa equipa recheada de jogadores brasileiros, a ideia é totalmente possível.

Ambas as equipas apresentaram um híbrido entre o 4x4x2 e o 4x2x3x1, sendo que, no caso dos ucranianos, essa diferença era feita, sobretudo, pelos terrenos que o ex-Benfica Pedrinho decidia pisar.

Sem conseguir ligar o jogo, o Mónaco, com Gelson Martins no “onze”, optava sempre pelo “chutão”, oferecendo rapidamente a bola ao Shakhtar. E lá começava, novamente, uma ofensiva rendilhada e pensada dos brasileiros vestidos de ucranianos.

Depois de dois lances perigosos do Shakhtar, só aos 15 minutos o Mónaco subiu claramente as linhas de pressão – a mudança foi tão repentina e tão clara que poderá até ter sido uma indicação directa do treinador Niko Kovac pensada para aquele momento do jogo.

Os franceses recuperaram logo uma bola em zona adiantada, que deu contra-ataque e remate de Golovin, mas acabou por aplicar-se a famosa história da “manta”: se tapa ali, destapa acolá.

Aos 19’, Pedrinho encontrou espaço entrelinhas, pelo bloco menos compacto do Mónaco, e, aí, fez a magia que em Portugal pouco conseguiu mostrar.

Com “cola” no pé esquerdo, tabelou com um colega, aguentou a carga de um adversário e passou pelo meio de outros dois, antes de finalizar perante o guarda-redes do Mónaco.

O Mónaco cresceu um pouco e ainda criou perigo noutra transição, desta feita finalizada sem sucesso por Ben Yedder, mas o jogo era mais de repelões e bolas longas do que de jogadas com princípio, meio e fim.

A segunda parte não mudou a postura monegasca, que continuou pressionante, mas mais engenhosa. Teve um trio de lances perigosos, todos resolvidos pelo jovem Trubin, sucessor de Pyatov na baliza da equipa ucraniana. O último, já aos 82’, ainda tocou no poste.

Com o passar dos minutos, a equipa ucraniana foi tentando adormecer o Mónaco, com ataques prolongados e posse de bola mais estéril em zona defensiva, mas os franceses, mesmo sem serem particularmente engenhosos e sufocantes, tiveram oportunidades de golo suficientes para outro desfecho.

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